Contos da Maux

As Aventuras do ERRE

 


 

No Reino da Fantasia as letrinhas foram chamadas para a escolha da consoante mais popular.
As vogais              formavam o júri,
mas as próprias consoantes podiam votar, contanto que não votassem nelas mesmas.
Todas estavam na disputa, mas uma delas era a mais enxirida.

Querendo ser eleito, o foi logo babar as vogais.
Disse que elas eram especiais e muito importantes.
Que todas as vezes que ficava entre elas, a emoção fazia tremer as suas pernas
e ele ficava com o som muito fraquinho como nas palavras:

caro, era, ira, fora, uriel, feira.

Para tornar o som forte, ele precisava se apoiar em um clone dele como em:

torre, forro, ferro, birra, corra.

Depois de conquistar com este queixo o voto das vogais, o foi atrás das consoantes.
Com o , o , o , o , o , o , o e o , foi fácil.
Juntos formaram sons diferentes, como se estivessem dando traques.
Surgiram então sons como:

Brasil, cratera, fratura, grave, prata, tratante, palavra.

O apesar de querer ser bonzinho, era na verdade muito chato e acabou brigando com 

o , o , o , o , o , o , o e o  
que não aceitaram entrar na brincadeira.

Muito teimoso e querendo ganhar o concurso, o    ofereceu-se para ajudar
as consoantes quando estivessem cansadas.
Lançaria um som beeeem longo, avisando que elas iriam chegar,
dando tempo para que descansassem um pouquinho.
Formaram-se então palavras como:

forja, orla, arma, cerca, corja, furnas.

Este mesmo som o usaria para avisar que uma palavra havia terminado, como em:

cantar, sofrer, rir, por, ur.

Mas com  o    , a briga foi feia mesmo, pois ele também queria ganhar o concurso.

Foi tão feia que eles só ficam perto, se houver uma outra letra entre eles como em:

marcha.

No dia da votação, o    todo crente, já tomava pose de vencedor, quando chegou o Bruxo da Gramática,
com os seus raios, dizendo:

 

- O ERRE é um fingido! Quase tudo que ele ofereceu para vocês o ESSE já fazia.
Ele só copiou o que o ESSE tinha inventado.
Está impugnada a candidatura do ERRE, por plágio de idéia.

E lançou seus raios ruidosos e relampejantes sobre a festa,
destruindo a urna de votação e botando as letrinhas todas para correr.

Assim acabou o concurso da consoante mais popular.
Se você quiser as histórias do , vá procurar em outro canto porque aqui

 ENTROU POR UMA PORTA E SAIU POR OUTRA.
QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA.

 

Cartilha Moderna - 1966
Autora: Maria Auxiliadora Leite Mota (Maux)
Escola Normal "Duque de Caxias" - Piquete, SP
Texto protegido pela Lei de Direitos Autorais

 

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