FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA

 


Desembarque dos pracinhas brasileiros
Arquivo Diana Oliveira Maciel

A chegada à Itália causou espanto na terra. Vestiam um estranho uniforme, parecido com o dos "tedescos", mas evidentemente não o eram. Ou seriam? Eram alegres, conversadores, e os "tedescos" não o eram. Eram claros e louros como os "tedescos" alguns; morenos e trigueiros, como os filhos da terra outros; negros como os africanos do outro lado do Mediterrâneo, outros; amarelados e de olhos amendoados como os filhos do Oriente, outros; e para aumentar a confusão, uma mistura de todos esses tipos e raças, outros. Um outro companheiro febiano descreveu os brasileiros como: "luso - tupinambás - batavo -negro - espano - teuto - sino - nipo - bororo - franco - xavante - brasileiros" que julgamos de admirável precisão. (Mário Fernandes - "Xavantes na Itália"). E porque usavam aqueles uniformes tão parecidos com os dos "tedescos"? Em pouco, porém, tudo se esclarecia: eram "brasiliani", da terra para onde partiam os jovens italianos que não tinham horizontes na sua própria pátria, e aspiravam construir um futuro num mundo novo. Sim, do Brasil, o primeiro país sul-americano que armava um exército e cruzava o Atlântico para lutar pela liberdade da velha Europa, de onde partiram os ancestrais de muitos deles, que agora tornavam remoçados nos seus filhos e netos; lutar pela conservação do berço da civilização que dera ao mundo seus maiores valores; lutar para que esse mundo não mergulhasse nas Trevas para sempre! E começou a nova vida. Treinamento duro para aprimorar e completar o recebido no Brasil, conhecer melhor as novas armas, familiarizar-se com as "manhas" alemãs, especialmente as armadilhas para pegar os menos cuidadosos ou simplesmente desprevenidos, inexperientes, enfim, aprenderem tudo que fosse possível antes de seguir para a frente de combate. No intervalo de tudo isso, e como não podia deixar de ser, pois viviam cercados por uma população ao mesmo tempo curiosa e simpática - pois não era possível isolar, num país com as dimensões da Itália, uma população de cerca de 40 milhões de habitantes, de população predominantemente feminina - namorar... namorar. Um colega febiano, naturalmente um poeta, chegou a escrever na apresentação de pequeno livro por ele escrito: "Em toda a solidão que foi o torvelinho da guerra, o brasileiro não esteve só. Acompanhou-o sempre, gentil e terna, a mulher italiana. E corações marcados por solidão antiga houve que, na surpresa de um encontro, viram surgir para a vida uma esposa, uma irmã, uma filha, e até mesmo uma mãe". Por sua vez, eram os "brasiliani" os mais alegres, afetuosos e bondosos soldados estrangeiros - seriam mesmo estrangeiros? - que os italianos já haviam conhecido; crescia o número de famílias que tinha uma gentileza para contar - os brasileiros eram, via de regra, carinhosamente recebidos no seio das famílias -um "bambino" que recebera um "regalo"; uma bela "signorina" que ouvira o mais terno dos madrigais numa língua que não entendia muito bem, mas que lhe soara aos ouvidos como a mais linda canção de amor; um "paisano" que recebera uma dádiva maravilhosa naqueles dias: um maço de cigarros. Sim, os "brasiliani" conquistaram logo um dos maiores aliados com que contariam daí por diante, durante toda a guerra: o povo italiano. Por seu lado, a rádio alemã, em irradiações especiais, procurava ridicularizá-los, chamando-os mestiços bisonhos, e ameaçando-os com a morte certa longe da família, se persistissem em lutar contra os invencíveis alemães. Em pouco tempo, porém, receberiam a resposta devida, como veremos, pois os brasileiros, aqueles meninos sorridentes, que mais pareciam colegiais em férias, não foram à Itália para se fazerem admirar pelos italianos e... italianas. A "Cobra ia fumar..."

"Um Batalhão da FEB no Monte Castelo"
Francisco Pinto Cabral


Os oficiais da FEB deixam o navio
Arquivo Diana Oliveira Maciel

NÁPOLES E A REALIDADE

Cessara a nossa angústia de 14 dias. O chão já não balançava debaixo dos nossos pés. A ameaça e a insegurança não vinha mais das profundezas do oceano. Agora, era do ar que vinha o terror. Centenas de balões cativos, sustentados por cabos, mantinham-se no ar, como uma forma de defesa anti-aérea.  O desembarque se processou rápido e em perfeita ordem. Nas fisionomias espantadas dos nossos soldados estava estampado um certo grau de humildade, por ser objeto de curiosidade, em meio àquele panorama de completa destruição do porto de Nápoles. Desembarcando de "bibico", com um saco às costas, sem qualquer armamento, sem marcialidade, aqueles homens, ainda não desligados da realidade dura em que viviam imersos, surpreenderam, não somente as autoridades militares, como o próprio povo italiano. Sentiam necessidade de carinho e assistência moral dos seus chefes imediatos - os capitães e tenentes da FEB. Os chefes militares americanos mostraram-se atenciosos com o General Mascarenhas. Os seis mil homens foram encaminhados para o estacionamento na localidade de Agnano, 25 kms de Nápoles, na cratera do vulcão Astronia, extinto. Devíamos encontrar um acampamento montado ou, pelo menos, barracas para todo o efetivo. Nada disso. Nem uma coisa nem outra. Nossos homens não traziam panos de barraca. Eram 13 horas. Os americanos possuíam barracas, mas recusaram fornecer. Só no dia seguinte. Dormiram ao relento. Só havia 3 barracas de oficiais. Aos generais Mascarenhas e Zenóbio foram destinadas acomodações no Parco-Hotel, de Nápoles. Zenóbio recusou-as de pronto, decidindo permanecer ao lado da tropa, da qual ele era, de fato, o comandante. Mascarenhas revestiu-se da maior resignação. Eu sentia dificuldade de penetrar fundo na alma daquele velho soldado; mas, percebia que a prova era rude demais. "Estamos apenas começando nossa grande aventura. Só Deus sabe até onde vão nos levar e o que pretendem exigir de nós". Essas frases, ditas sem irritação, porém, cheias de preocupação, indicavam bem seu estado de espírito. Sua visita prévia, acompanhado de um grupo de oficiais, pouco estava lhe valendo naquelas circunstâncias. Os oficiais que haviam permanecido na Itália, para esperar a tropa, pouco adiantaram. Perdidos naquele pandemônio internacional que era a cidade de Nápoles, sem autoridade, sem prestígio e sem esquema de trabalho, esses oficiais não puderam prever nem impedir as situações vexatórias que surgiram por ocasião da chegada do nosso 1º Escalão, descritas com precisão pelo Gen. Mascarenhas, no seu livro: "A FEB pelo seu chefe". Nem armamento, nem estacionamento, nem o devido respeito pelo estado físico dos nossos homens, que foi considerado "mau", pela forte incidência de moléstias venéreas, péssimo estado dentário. Tudo isso levou o Gen. Comte. da FEB a um estado de abatimento e de revolta, apesar de não lhe caber responsabilidade pelas ocorrências. Estávamos diante do fato consumado. Fomos recebidos pelo Gen. Comte. da Área de Nápoles, com muita cortesia, mas pouca eficiência. Não se reportavam à consideração de que se tratava de tropa absolutamente inexperiente. A dificuldade maior era decorrente da pluralidade de idiomas, sem a existência de intérpretes capazes. Inevitavelmente se processava um retardamento geral das nossas atividades. Ninguém nos falava de armamento e equipamento, que já deviam estar nos esperando, de acordo com as informações oficiais. O General Mascarenhas sentiu a gravidade do problema. Os oficiais brasileiros que já se encontravam em Nápoles, não tinham acesso ao Alto Comando: Ten.Cel. Médico Dr. Marques Porto e Major Almeida Moraes. O primeiro, eficientíssimo, nosso Chefe do Serv. de Saúde da FEB, chegou a ser destratado pelo general americano chefe dos Serviços Sanitários do Comando de Nápoles e Caserta. O Major Almeida Moraes fez relatório verbal confidencial, ao Gen. Mascarenhas, dando a entender a existência de Relatórios de Oficiais americanos que haviam estado no Brasil, desprimorosos para conosco. Eu presenciei esse entendimento do Major Moraes com o general. Chegamos, ambos, à conclusão de que lutaríamos com grandes dificuldades, até nos firmarmos no conceito daquela gente. Agora, estávamos ali, de mãos abanando, acampados, comendo rações de reserva e pagando por tudo, os olhos da cara. Que fazer? Sabíamos que a Base Peninsular de Caserta, a célebre PBS, estava completamente aparelhada, como uma verdadeira potência de logística, possuindo até tanques, canhões de todos os calibres e, dizem mesmo, aviões na base de Nápoles. Mas, o homem da PBS, um general americano de 4 estrelas (Ten. General), não fazia concessões, nem conhecia normas de cordialidade. Não compreendia o nobre papel que Mascarenhas desempenhava, à frente do Contingente brasileiro. Nós trazíamos um reforço, se não era de soldados experientes, era, pelo menos, de homens livres que representavam o esforço do Brasil na defesa da causa das democracias anti-nazistas. O General Mascarenhas manifestou, ao Comandante do TO, a sua preocupação em permanecer longo tempo desarmados, com prejuízo do grau de instrução que a nossa tropa possuía, além do estado psíquico resultante de sua inatividade, dando a impressão de imprestabilidade. E nesse caso, a repercussão atingia a própria pessoa do Gen. Comte. da FEB. Minha missão, naquela emergência, era delicada, por ser a única pessoa que podia privar da intimidade do Gen. Mascarenhas, apesar de seu temperamento reservado e pouco comunicativo. Entretanto, suas sábias ponderações foram acolhidas pelo Gen. Wilson, inglês, do Comando do TO, o qual as encaminhou ao "mui poderoso" comandante da PBS. Com grande satisfação o Gen. Mascarenhas foi cientificado que poderia apresentar um pedido de armamento, munições e material de equipamento. Vieram as listas e catálogos das disponibilidades da PBS, verdadeiramente opulentas. Colocamos junto à PBS um excelente oficial do EM, Ten. Cel. Luiz Gomes Pinheiro que, entre outras qualidades, falava corretamente o inglês. A permissão outorgada ao General Mascarenhas visava material destinado à instrução da tropa, pois, o armamento e equipamento da FEB, que já devia estar à nossa espera na Itália, diziam estar a caminho. 0 General foi informado de que podia pedir o que quisesse. Ele não teve cerimônias. "Carregou" na mão, como se costumava dizer. Foi chamado à presença do Gen. Comte. da PBS, para melhor compreensão de seu pedido. Para lá nos dirigimos no dia 25 de julho de 1944, em Caserta, acompanhados do Cap. Luiz, americano, filho de portugueses açorianos. Oficial da Reserva, esse moço já havia estado no Rio, na equipe de oficiais americanos que pretenderam auxiliar a FEB na sua instrução de adaptação, mas, foram "devolvidos" por falta de habilidade e de capacidade. O Capitão Luiz era um moço mal educado, revestido de um complexo de superioridade por ser americano, apesar de descendente de portugueses, que o tornava ainda mais antipático. Sondando o seu ânimo várias vezes, senti que não lhe agradava estar à nossa disposição. Viajou à Caserta ao lado do Gen. Mascarenhas. Irreverente, pilhérico, procurando intimidade que, normalmente, o general não concedia a ninguém. Chegamos à Caserta e fomos levados à presença do "todo poderoso" Chefe da PBS, que não estava subordinado a ninguém no TO da Itália. Era abastecido diretamente, dos Estados Unidos e só atendia a recompletamentos e reparações das unidades (GU) engajadas em combate. As GU recém-chegadas recebiam suas dotações vindas diretamente dos Estados Unidos; não dependiam, nem podiam apelar para a PBS. Entretanto, o nosso caso se tornou excepcional. Depois de dez dias de permanência na região de Nápoles, de mãos vazias, fazendo apenas educação física e marchas sem equipamento, nós não sabíamos, nem ninguém sabia informar, o que era feito do armamento que se destinava à FEB. Escusado dizer o enorme desapontamento que se apossara do Gen. Mascarenhas, pois, não tínhamos para quem apelar. Estavam evidentes as imprevidências em que tínhamos incorrido. Nem mesmo o Agente Consular brasileiro em Nápoles, sabia como se ligar conosco, de vez que ele era um representante consular junto ao Governo Italiano. Nada sabia de FEB. Quando se apresentou viável um apoio momentâneo, provisório, com a PBS, o Gen. Mascarenhas criou alma nova; sentiu-se mais Comandante de um contingente estrangeiro que lhe parecia importante. Enfim, estávamos na modesta sala de espera do "Chefão" da PBS. Custou a aparecer. Era um homem muito ocupado. Nós estávamos sentados num sofá, lado a lado, eu e o General Mascarenhas. Em pé, ao lado, o Capitão J. Russo, americano, ex-viajante comercial em Pernambuco, ótimo intérprete, atencioso e disciplinado. Felizmente não foi utilizado o Capitão Luiz, açoriano americano, que tinha horror à sua origem portuguesa. Sem observar qualquer protocolo, o Comte. da PBS, após as apresentações, serviu-se de um pequeno banco (tamborete) e sentou-se diante de nós, cruzando as pernas. Dirigindo-se ao Gen. Mascarenhas, em tom apressado, usando o intérprete disse: "Diga-me o que o trouxe aqui. Quais são os seus problemas?" Nosso General passou às mãos do Capitão intérprete, o volumoso caderno de pedidos. E, ao passo que o intérprete ia lendo, o chefe americano ia demonstrando um ar de espanto, passando a zombeteiro e irônico. Maior foi a surpresa do Gen. Mascarenhas, pois, julgava que a sua presença era somente para formalizar o pedido. Mas, diante da irreverência do chefe americano, o Comandante da FEB se sentiu confuso, com o seu amor próprio ferido, principalmente, por lhe parecer que o General americano estava ajuizando mal da atitude do Chefe brasileiro, como quem quer dar um "golpe". Em certo momento, o Comte da PBS não se conteve mais e explodiu: "Afinal de contas o que o senhor trouxe para lutar?" O General Mascarenhas juntou essa interrogação, à que o Chefe do Serviço de Saúde da Base de Nápoles, um General Médico, disse ao constatar as centenas de casos de moléstias venéreas e milhares de extrações dentárias, dos 5 600 homens do 1º Escalão da FEB: "Com elementos nesse estado é que o senhor pretende lutar?" Infelizmente não tínhamos meios de retribuir aquela descortesia. Dependíamos do intérprete. Este, porém, não se sentiu bem, ante aquele tom pilhérico do seu Chefe. Interrompeu a leitura do documento e, dirigindo-se ao General da PBS, disse: "Meu General, peço permissão para lhe prestar uma informação importante. O General Mascarenhas foi o General brasileiro que organizou a defesa do Nordeste brasileiro para a América!" E assim falando, o jovem Capitão americano, visivelmente contrariado, ante a atitude do Chefe da PBS, procurava dar maior assistência ao Chefe brasileiro que ele conhecera em Pernambuco, ao tempo em que ele comandara a 7ª RM. Aliás, o Capitão Russo, também descendente de portugueses, distinguia-se pela educação e espírito de colaboração. Inconformado com o que estava vendo, sem poder fazer nada, ele exaltou a conduta do ex-Comte. da 7ª RM na preparação da defesa do Nordeste para a América. E o General Mascarenhas no auge do desapontamento, acrescentou: "Organizei a defesa do Nordeste, não somente para a América, mas para o mundo todo. Foi apoiado nas Bases Aéreas e Navais do nordeste que os Aliados conseguiram levar seus reforços ao Pacífico e impedir a extensão do conflito à América". Percebendo, enfim, que se excedera, o Gen. Comte. da PBS, ante a calorosa reação do Gen. Mascarenhas e da briosa manifestação do Capitão intérprete, que eu me limitava a assistir estarrecido, procurou limitar os maus efeitos daquela infeliz acolhida: "Eu não tive a intenção de atribuir ao Gen. Mascarenhas a responsabilidade por esse desaparelhamento da tropa brasileira. Culpados são os nossos companheiros americanos, no Brasil e nos Estados Unidos, por terem deixado partir essa tropa, sem o equipamento orgânico. Vou examinar o seu pedido, para ver o que é possível fornecer pela PBS. Chamaremos suas equipes de trabalho". Entretanto, o mal já estava feito. Mascarenhas estava arrasado. Suportara aquela vicissitudes com o maior constrangimento da sua personalidade. Mesmo porque não tinha para quem apelar. Naquele momento, aquele pequeno contingente de 6 000 homens não estava subordinado a nenhum Comando de Operações. Ainda não integrava o 5º Exército. O Comandante do TO da Itália era a autoridade a que estávamos ligados. Foram esses Chefes muito solícitos com o nosso Comandante, dentro das suas características de anglo-saxões. Mascarenhas não falava inglês. Com os próprios ingleses, os Norte-Americanos não eram comunicativos. Empolgados por um esmagador complexo de superioridade que lhes advinha da riqueza e opulência em que viviam, e do prodigioso aparelhamento bélico, aparentavam até um certo desprezo pelos seus aliados, todos tributários de suas indústrias de guerra, aliás, eficientíssimas. O Gen. Mascarenhas não sabia, até aquele momento, que além daquela renovada e exigente inspeção de saúde da chegada, ainda deveria a tropa brasileira ser submetida a um rigoroso teste operacional que se desenvolveria desde o detalhado conhecimento do armamento, até a capacidade do próprio Comandante da tropa, General Zenóbio da Costa, em atividades de comando em combate. Uma outra provação estaria reservada a nós, embora com algumas compensações. Em Nápoles funcionavam pequenos cursos de adestramento especializado, para as tropas em trânsito. Os principais eram o de Minas e o de "Lidor Ship" que tinha a finalidade de preparar os condutores e Comandantes de patrulhas. Excelentes e bem orientados, esses cursos prestaram grandes serviços à FEB. Certo dia o Ten. Cel. americano que comandava essa Escola, solicitou a presença do General Mascarenhas para uma visita aos Cursos, nos quais se encontravam matriculados 30 oficiais nossos, Capitães e Tenentes, selecionados. Eu acompanhei o Chefe da FEB nessa visita. Ele estava certo de que iria haurir novos ensinamentos no novo estilo da guerra moderna. Ao chegar ao local, já estava formado e alinhado, o Pelotão de Oficiais brasileiros, todos armados de fuzil; ordinário armamento pertencente à Escola (nós continuávamos desarmados). Era uma semana de mau tempo, frio e chuvoso. Os trabalhos dos jovens oficiais brasileiros foram interrompidos para que o Chefe da FEB os visse e falasse com eles. Sem maior cerimônia o Comte. da Escola foi dizendo: "Sr. General, eu pedi a sua presença para lhe dizer, de início, que os seus oficiais são muito bons, têm um bom preparo físico e intelectual e recebem, com o melhor proveito, os ensinamentos que nós estamos lhes transmitindo. Estamos muito contentes com eles. Só lhes falta, para completar o preparo, a presença do inimigo... Entretanto, tem uma parte que não é muito agradável falar, mas, deve ser lembrada com urgência". O General Mascarenhas, falando baixo para que o intérprete não ouvisse, disse-me: "Estava tardando; lá vem uma 'bomba' por aí..." "É lastimável", falou o Coronel americano, "a precariedade do material portado pelos oficiais brasileiros, em comparação com o que outros apresentam aqui. Por exemplo, Sr. General, repare essa Capa, dita impermeável, desse oficial. Nada tem de impermeável; ele está completamente ensopado, porque nós trabalhamos com qualquer tempo; essa manta (cobertor), é quase transparente, não tem 10% de lã; oferece um abrigo mínimo. Essas polainas (perneiras) foram confeccionadas com material de ínfima classe; encharcadas pelas chuvas e pelos alagadiços, elas encolheram como uma sanfona, ferindo os tornozelos dos portadores. Os calçados (ainda não eram coturnos), descosturavam as solas; estas, dobram, tornando penoso o uso do calçado assim. Esses oficiais, Sr. General, não desfrutam de um conforto mínimo, para poderem se dedicar ao seu trabalho. Entretanto, Sr. General, ele suportam resignadamente, esses pesados sacrifícios, sem uma palavra de queixa. Achei que eles ainda têm de suportar maiores sofrimentos, daqui para a frente, e por isso suspendi os exercícios, para sugerir a V. Exa. uma providência urgente: requisitar pela PBS, por conta do Governo do Brasil, o fornecimento imediato das perneiras americanas muito boas, dos cobertores e impermeáveis americanos, muito eficientes. Quanto ao calçado, enquanto não vierem os de cor preta brasileiros, eles receberão os amarelos americanos. O que não é possível, é continuar como estão. Devemos nos lembrar que, aos combatentes, só se pode exigir o máximo rendimento pessoal, na ação, correndo por nossa conta, todas as providências ligadas ao seu aparelhamento individual. Posso assegurar que o estado moral deles é excelente". O Comte. da FEB cumprimentou, um a um, os oficiais do Pelotão brasileiro, agradecendo-lhes o esforço que estavam desenvolvendo pelo bom nome do Exército brasileiro. Agradeceu ao Coronel Comte. a apreciação sobre os nossos oficiais e prometeu providenciar sobre as suas sugestões. Em seguida nos retiramos. No jipe, ele não se conteve: "Bem que eu previa; mais uma bomba. Essa foi muito forte. Que humilhação! Alguém é responsável por essa desordem. Prepare o Relatório urgente. Vamos reagir para que o General Dutra apure as responsabilidades, e o General Cordeiro evite que o 2º Escalão venha nas mesmas condições". Eu sentia a grave responsabilidade que pesava sobre os ombros daquele homem de pequena estatura, mas de uma personalidade gigantesca. Ele não se queixava, nem acusava ninguém. Também não dividia sua responsabilidade com ninguém. Tudo nele, revelava o Chefe Centralizador, extremamente exigente.

"Recordando os Bravos"
Floriano de Lima Brayner


Acampamento da FEB
Foto escaneada do livro "A Verdade sobre a FEB"
Mal. Floriano de Lima Brayner

Ao embarcar para além-mar a 22 de setembro de 1944 o Regimento Sampaio, era o seguinte o corpo de Oficiais que, salvo repetidos reajustamentos, foram os arquitetos e fautores da grande transformação operada para a guerra:

COMANDO E ESTADO MAIOR

Comandante: Coronel Aguinaldo Caiado de Castro
Sub-Comandante: Ten. Cel. Samuel da Silva Pires, Chefe do E. M. Regimental
Oficial de Operações (S 3): Major Oscar Passos (1)
Oficial de Informações (S2): Major Diogo de Figueiredo Moreira Júnior (2)
Oficial de Suprimentos (S4) : Major José Manoel Ferreira Coelho
Chefe do Serviço de Saúde: Cap. Dr. Felipe de Freitas Castro
Ajudante Geral (S1): Cap. Luís Gonzaga de Oliveira Leite

ÓRGÃOS REGIMENTAIS

COMPANHIA DE COMANDO (3)
Cap. Moziul Moreira Lima, comandante
Oficial de Transmissões: Cap. Manoel Tomaz Castelo Branco (Cia. Cmdo.)
Oficial de Guerra Química: 1º Ten. Horácio Lemos Corrêa (Cia. Cmdo.)
Pelotão de Minas: 1º Ten. José de Freitas Lima Serpa (Cia. C. A. C.)
Pelotão de Reconhecimento: 1º Ten. Luís Gonzaga de Moura (Cia. Cmdo.)
Oficial de Motores e Transportes: Cap. Lubec Vitor Paulino (Cia. Serviço)
Oficial de Munições: 1º Ten. Antônio Tavares de Lima (Cia. Serviço)
Oficial de Serviços Especiais: Cap. Oscar Saraiva Batista (Cia. Serviço)
Ajudante do Pessoal: Cap. Sebastião Conceição (Cia. Serviço)
Tesoureiro: Cap. Targino Antunes de Oliveira (idem)
Capelão: 1º Ten. Reverendo João Filson Sorén

COMPANHIA DE OBUZES
Comandante: Cap. Hugo de Sá Campelo Filho
Sub-Comandante (4) : 1º Ten. João do Amor Divino
3 Pelotões de Obuzes 105: 1º Ten. Paulo Scatena
2º Ten. Brasil Ramos Caiado Filho
2º Ten. Fredimio Trota.
Revezaram-se amiúde, no comando da linha de fogo e como observadores avançados, junto aos pelotões de fuzileiros.
A Cia. de Obuzes de 105, prevista na organização de guerra do Regimento, foi um potente reforço de fogo de artilharia capaz de com a máxima rapidez e intensidade atender os pedidos de tiro dos combatentes de 1ª linha. Foi organizada e constituída com soldados, cabos, sargentos e oficiais de infantaria, sob a assistência técnica do Cap. de Artilharia, Antônio Carlos de Andrade Serpa, que afinal comandou a Cia. Obuzes de 10 de dezembro ao final da Companhia (o Cap. Sá Campelo, ferido em acidente, foi evacuado para o Brasil).
Houve alterações nos comandos de Pelotão: 2º Ten. Pedro Cordolino de Azevedo (5 de março a 22 de janeiro de 45) e 2º Ten. Eduardo Ulhôa Cavalcante (2 de abril a 22 de maio).

COMPANHIA DE CANHÕES ANTI-CARRO
Comandante: Cap. Tércio de Morais e Souza
Sub-Cmt.: 1º Ten. Otávio de Castro Júnior
Oficial de Reconhecimento: 1º Ten. Sidney Vieira Braga
 3 Pelotões Anti-Carro: Ten. Eurico Américo da Silva Bastos; 2º Ten. Protásio de Oliveira e Ten. Murilo Gomes Ferreira.

Pelotão de Minas, já citado, operando por conta do S3. O seu designativo indica à sua função. Destinado a barrar os carros inimigos (tanques), segundo eixos determinados, não poucas vezes atuou como Cia. de Fuzileiros, em situações defensivas, com absoluta segurança, sem estar para isso organizada e treinada. Ao seu Pelotão de Minas, cabia semear ou limpar os campos minados, coadjuvado pelos Pelotões de Remuniciamento dos Batalhões ou não (cmt. do Pelotão, citado).
Alterações em campanha: Sub-cmt: 1º Ten. Murilo e 1º Ten. Rui da Costa Freitas (Fv 45); Cmts. de Pel. AC: 1º Ten. Ayrton Rodrigues dos Santos (1º ja) e 1º Ten. Sidney (17 Nv)

COMPANHIA DE SERVIÇOS: (Órgão de execução do Oficial de Suprimentos) 
Comandante: Cap. Nelson Rodrigues de Carvalho (vindo do Sub-Comando do 1º Batalhão, substituiu o Cap. Carlos Ribeiro Trovão (5) 48 horas antes do embarque)
Órgãos fundamentais: Pelotão de Manutenção, a cargo do oficial de Motores e Transporte, citado; e a Seção de Distribuição (Sub-Tenente Oliveira) diretamente acionada pelo Comandante da Cia.
Complexa, eram-lhe orgânicos, mais, a Seção do E.M. Regimental (S2, S3) , A.P., Correio, Tesouraria Serviço Especial e a Seção do Almoxarifado (S4), ramificando-se ainda nos Batalhões e Órgãos Regimentais. Oficial de Transporte, citado; Oficial de Munições, citado; Ajudante do Pessoal (A.P.), citado; Tesoureiro, citado; Oficial de Serviço Especial, citado; S4 do I Batalhão: 2º Ten. Porfírio Fraga Brandão; S4 do II Batalhão: 2º Ten. Walter Monteiro de Oliveira; S4 do III Batalhão: 2º Ten. Benjamin Constant Nunes Pereira; Adjunto do Oficial de Motores: 1º Ten. Marcilio Malaquias dos Santos.
Alterações na Campanha: Cap. Floriano Peixoto Corrêa, que assumiu o comando de 3 de abril de 45 até o final (promoção do Major Nelson, que passou a Adjunto da Seção Especial de Comando, no E.M. da Divisão); Cap. Ramiro da Cunha Melo, S4 do I Btl., de 4 de fv em diante; Cap. José Raul Guimarães, Serviço Especial de 25 dz até o final; 1º Ten. Pedro de Alcântara e Silva, Adj. do Pel. Transporte (25 dz ao fim); 2º Ten. José Ribamar da Silva (que promovido, de 1º de setembro, continuou na Cia., como auxiliar do Pel. Transporte) e 2º Ten. Waldemar Antunes de Azevedo, também promovido, que continuou na ajudância do Pessoal onde já estava. 

DESTACAMENTO DE SAÚDE - (Órgão diretor do Serviço de Saúde Regimental)
Chefe: Cap. Felipe de Freitas Castro
Dentistas: 2º Ten. Carlos Costa e Souza e 2º Ten. Muller (depois 2º Ten. Lauro Sampaio Viana, com a designação daquele oficial para outra função, na Divisão). Evolução do antigo P.S., motorizado, teve grande desenvolvimento e atuação na campanha, através das ramificações pelos Batalhões, funcionando ininterrupta mente no tratamento e evacuação dos feridos, em grande número e sob fogo, nas fases agudas da guerra. Atendeu também civis italianos, sem distinção, bem como prisioneiros.
Do mesmo modo, os Gabinetes Dentários foram utilíssimos não só na preparação do contingente, como também em campanha, não raro funcionando bastante avançados.
Chefe do S. S. do 1º Btl.: 1º Ten. Dr. Waldemar Barcelos Borges
Adjunto: 1º Ten. Dr. Francisco Freire de Moura Filho
Chefe do S. S. do 2º Btl.: 1ª Ten. Dr. José Francisco da Silva
Adjunto 2º Ten. Dr. Alberto Miranda Raposo Câmara
Chefe do S. S. do 3º Btl.: 1º Ten. Dr. Jair Garcia Freitas
Adjunto: 2º Ten. Dr. Raul de Miranda Silva Junior. 

I BATALHÃO (6)

Comandante do Batalhão: Major Olívio Gondin de Uzêda
Sub-Comandante: Cap. Renato de Castro Moniz Aragão
Oficial de operações (S3): Cap. Hildebrando Góis Cardoso 
Cmt. da Cia de Cmdo. e SI: Cap. Osvaldo Varejão da Fonseca
Oficial de Motores e Transporte: 1º Ten. Paulo de
Mendonça Ramos
Oficial de Transmissões: 1º Ten. Alberto Chaon
Oficial de Informações: 2º Ten. Renato Neves Gonçalves Pereira
Cmt. Pel. anti-carro: 1º Ten. Paulo Campos Paiva
Oficial de Remuniciamento e Minas: 2º Ten. Carlos
Pinto da Silva (Oficial de Suprimentos, S4, citado)
Capelão: 1º Ten. Padre Francisco Freire Moura
Filho
Médicos: chefe e adjunto do SS, citados. (Dest.
Saúde).

1ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt. Cap. Everaldo José da Silva
Sub-Cmt.: 1º Ten. Erasto Pires Sayão
3 Pelotões de Fuzileiros: 1º Ten. Rubens da Fonseca Hermes; 1º Ten. José Alípio Carlos Augusto de Oliveira Lima
1 Pelotão de Petrechos Leves: 2º Ten. Cécil Wall Barbosa de Carvalho
Alterações: Sub-Cmt.: Cap. Cesar Augusto Villaboim (28 Mr); Pelotões de Fuzileiros - 1º Ten. Oswaldo de Souza (19 Fv); 2º Ten. Alexandre Costa Neto (31 ja a 19 fv 45); 2º Ten. Adail Mendes Cordeiro (19 fv a 21 jr 45); Pel. Ptr. 1º Ten. José Digiácomo (20 Ab).

2ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap. José Barreto de Oliveira
Sub-Cmt.: 1º Ten. Ovídio Souto da Silva
1º Ten. Pedro Cordolino F. de Azevedo Filho;
1º Ten. Fredímio Trotta;
2º Ten. Raimundo Cavalcante.
Pel. Ptr.: 2º Ten. Dulcelino Carvalho Tavares.
Alterações: Cmts. de Cia. - Cap .Oscar Saraiva Batista (30 nov a 25 Dz 44); Cap. Edson Amâncio Ramalho (26 Dz a 25 Fv 45); Cap. José Anderson Cavalcante (26 fv a 1º jl e de 28 jl a 11 ag 45); Cap. Luís Corrêa Lima (2 a 27 jl 45). Pelotões: 1º Ten. Waldir Odweyr (5 jl a 11 de ag); 1º Ten. Waldir Magalhães Pires (7 fv a 8 ag); 2º Ten. Célio Dalva Vieira Regueira ( 26 dz a 31 Dz e 1º ja a 4 fv); 2º Ten. Raimundo Cavalcante da Silva (1º ja a 3 ab) e Dírcio Menezes Pimentel (3 ab a 30 jn). 

3ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt. Cap. Salvador Gonçalves Mandim
Sub-Cmt.: 1º Ten. Cezar Augusto Vilaboim
3 Pelotões de Fuzileiros: 1º Ten. Humberto Brandi; 2º Ten. Romeu de Carvalho e 1º Ten. Ruy da Costa Freitas.

1 Pel. Ptr.: 2º Ten. Godofredo da Cerqueira Leite (morto em ação!)
Alterações: Cmts. de Cia: Ten. Vilaboim (29 nv); Cap. Alfredo dos Reis Príncipe Júnior (dz a fv) ; Cap. Yedo Jacob Blauth (19 a 23 fv); Cap. Paulo Brandi (24 fv a 6 de ab); Cap. Adherbal Serpa da Fonseca (17 a 27 ab); Cap. Anderson Cavalcante (27 a 2 ab); Cap. José Luís de Lira e Oliveira (2 mi a 22 ag ); Sub-Cmts.: Cap. Luís Corrêa Lima (28 mr a 1º jn); Cmts. de Pel.: Aspirante Waldir Odweyr (11 ab a 30 jn); Asp. Urbano de Albuquerquer (?); 1ºs Tens. José Arthur Borges Cabral, Heral Tabb de Morais e 2ºs Tens. Ruy de Oliveira Santos e Mauro Ferraz de Andrade (1º  jl a 22 ag) ; 1º Ten. Heinz Freitas (1º ja a 19 fv).

COMPANHIA DE PETRECHOS PESADOS
Cmt. Cap. Arnobio Pinto de Mendonça
Sub-Cmt: 1º Ten. José Anderson Cavalcante
Cmts. de Pel. de Mts. e Mrt.: 1º Ten. José Juarez Bastos Pinheiro; 1º Ten. Moacyr de Souza Maia; 1º Ten. Mauro Bolivar de Moura Carijó; 1º Ten. Francisco Paes Leme; 1º Ten. Carlos Alexandre Portela Passos Autran, 2º Ten. Zefer Pires Ferreira e 2º Ten. Enerito Augusto Curvelo.
Alterações: 2º Ten. Carlos Pinto Nogueira e Celso Pena Fernandes (15 mr a 11 ab) e 2º Ten. Alexandre Costa Neto e Urbano de Albuquerque (19 fv a 11 ab)

II BATALHÃO

Cmt. do Batalhão: Major Syzeno Sarmento
Sub-Cmt.: Cap. Argens do Monte Lima
Oficial de Operações: Cap. Antônio Pereira Marques
Cmt. da Cia. Comando e S1: Cap. Antônio de Barros Moreira
Oficial de Motores e Transporte: 1º Ten. Amphiloquio Viana de Carvalho
Oficial de Transmissões: 1º Ten. Celso Expedito Nogueira
Oficial de Informações: 1º Ten. Carlos Martins Seixas
Oficial Anti-Carro: 1º Ten. Cid Silvério Pacheco
Oficial de Remuniciamento e Minas: 2º Ten. Mário
Barroso Lisboa
Capelão: 1º Ten. Padre João Batista Cavalcanti
Médicos, chefe e adjuntos, citados (Dest. Saúde).
Alterações: Foi sub-cmt. do Btl, desde 12 de Dez
o Cap. Barros Moreira, passando a Of. Op. o Cap. Lira, vindo do Depósito.

4ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap. Milton Luís Kluge
Sub-Cmt.: Cap. Alfredo dos Reis Príncipe Júnior
3 Pelotões de Fuzileiros: 1º Ten. Antônio de Almeida Rosa; 1º Ten. Achilles Antônio Galloti; 2º Ten. Joaquim Urias de Carvalho
1 Pelotão de Petrechos Leves: 1º Ten. Murilo de Queiroz.
Alterações: Cmts. de Cia. - 1º Ten. Murilo de Queiroz (17 de dz); Cap. Marcos de Souza Vargas (25 de dz);
Sub-Cmts.: 1º Ten. Airton R. dos Santos (3 de dz); Cap. Otávio de Castro Junior (1º de ja); Cap. José Luís de Lira e Oliveira (3 de ab); 1º Ten. Rubens F. Hermes (5 de mi);
Cmts. de Pel: 2º Ten. Eduardo Goulart (22 de ja); Asp. Mega (morto em ação!); Ten. Rosa (14 de ab); 1º Ten. Tito Vilalobos Fialho (25 de dz); 2º Ten. Vicente Ivan de Paulo (18 de fv); 2º Ten. Helio Amorim Gonçalves (22 de fv); 2º Ten. Joaquim Thiago da Fonseca (17 de ab); Pel. Ptr.: 1º Ten. Murilo Queiroz (25 de dz) .

5ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap. Waldir Moreira Sampaio
Sub-Cmt.: 1º Ten. Ruy Leal Campello
3 Pelotões de Fuzileiros: 1º Ten. Darcicio de Oliveira; 1º Ten. Ayres Tovar Bicudo de Castro e 1º Ten . Sigismundo Macedo de Oliveira
Pel. Ptr.: 1º Ten. Gilson Campos
Alterações: 2º Ten. Moacir Alves de Mendonça (18 de fv); 2º Ten. José Ribamar da Silva e Aspirante Evilazio Lopes (21 jl).

6ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap. José Raul Guimarães
3 Pels. Fzos.: 1º Ten. Apolo Miguel Reisk; 1º Ten. Moisés Chaon; 2º Ten. Gervásio Deschamps Pinto
1 Pel. Pts.: 1º Ten. Hélio Viana Carneiro.
Alterações: Cmt. da Cia. - Cap. Wolfango Teixeira de Mendonça (25 de dz)
Pelotões: 1º Ten. Rosa; 2º Ten. João Guilherme
Schultz (promovido em campanha!) e 2º Ten. Pedro Adélio de Lima e 2º Ten. João Eduardo Goulart.

COMPANHIA DE PETRECHOS PESADOS
Cmt.: Cap. Celestino Nunes de Oliveira
Sub. Cmt.: 1º Ten. Pedro de Alcântara e Silva
Pels. de Mtr.: 1º Ten. José Ribeiro Dias; 1º Ten.
Hugo Xavier Pinto Homem; 1º Ten. Domingos de Castro Sá Reis Filho; 1º Ten. Nilton Ferreira de Freitas; 1º Ten. Walter Pereira Nunes; 1º Ten. José de Carvalho Figueiredo.
Alterações: Sub-cmt.: 1º Ten. Alberto de Miranda (25 de dz).

III BATALHÃO

Cmt. do Batalhão: Major Franklim Rodrigues de Morais
Sub-Cmt.: Cap. Jacy Yguatemy da Fonseca
Oficial de Operações: Cap. Walter de Menezes Pais
Cmt. da Cia. Cmdo. e S1: Cap. Giordano Rodrigues
Mochel
Oficial de Motores e Transporte: 1º Ten. Alberto Firmo de Almeida
Oficial de Transmissões: 1º Ten. Newton Hiller Rangel
Oficial de Informações: 1º Ten. Arthur Guaraná de Barros
Oficial Anti-Carro: 1º Ten. José Alfredo Barros da Silva Reis
Oficial de Remuniciamento e Minas: 1º Ten. Hunaldo Teixeira Gomes
Capelão: 1º Ten. Padre Urbano Rausch
Médicos, chefe e adjunto, citados. (Dest. Saúde).
Alterações: Sub-Cmt. do Batalhão: Cap. Luís Gonzaga de Oliveira Leira (9 de dz) e Cap. Eduardo D'Avila Melo (27 de jl)
Cmt. da Cia. de Cmdo.: Cap. José Bienachewski (28 de out); 2º ten. Tadeu Cerki (promovido a 2º Ten. em campanha, vindo de Sgt).

7ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap.
José Bienachewski
Sub-Cmt.: 1] Ten. Paulo de Carvalho
Subalternos: 1º Ten. Walter José Ranso Maia; 2º Ten. Manoel Genito do Carmo; 2º Ten. Mucio Gomes da Silva, 2º Ten. José Leoncio Pessoa de Andrade (Ptr.).
Alterações: Cmts. da Cia.: Cap. Heitor Furtado Arnizaut de Mattos (16 de nov) ; Cap. Eduardo D'Avila Melo (4 de ab); Cap. Joaquim Miranda Pessoa de Andrade (27 de jl)
Sub-Cmt.: 1º Ten. Alberto Carneiro da Cunha Nobrega (25 de ja); 1º Ten. Joaquim M. P. Andrade (10 de fv); 1º Ten. Jeorge Silva e Souza (27 de jl); Subalternos: 1º Ten. Nóbrega (24 de nv e 10 de fv); 1º Ten. Carlos Gomes Vilela e 2º Ten. Ernani Vidal (25 de dz); 1º Ten. Heral Tabl de Morris (2 de mr); 2º Ten. Aloizio Carneiro da Rocha (3 de ab); 2º Ten. Athaide Silva (16 de ab); 2º Ten. Jorge S. Souza (2 de jl).

8ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap. Amadeu Mártire
Sub-Cmt.: 1º Ten. Ademar de Mesquita Rocha
3 Pels. Fzos.: 2º Ten. Diamantino Fiel de Carvalho; 1º Ten. Oswaldo Paiva Siqueira e 1º Ten. Wilson Marques de Abreu
1 Pel. Ptr.: 2º Ten. Nelson Alabarce Zamora
.
Alterações: Cmts. de Cia.: Cap. Lídio Mazza Kotarsky (7 de fv) e Paulo Carvalho (5 de mr); Cap. Amadeu (ja); 1º Ten. Guinemé Muniz (29 de nv); 2º Ten. Alírio Granja (10 de fv) ; 2º Ten. Manoel Carvalho Lopes (30 de jn, comissionado a 20 de abril ) e 1º Ten. Carlos Augusto de Oliveira Lima (ja).

9ª COMPANHIA DE FUZILEIROS
Cmt.: Cap.
Alberto Jeorge Farah
Sub-Cmt.: 1º Ten. Humberto Alves de Amorim
3 Pels. Fzos.: 1º Ten. José Digiácomo; 1º Ten. Manoel Machado dos Santos e 1º Ten. Antônio Cândido Tavares Bordeaux Rego
1 Pel. Ptr.: 1º Ten. Guinemé Muniz.
Alterações: Cmts. Cia.: Cap. Paulo Carvalho (25 ja) e Cap. Farah (28 de fv);
Pels. Fuzileiros: 2º Ten. Jurandir Loureiro Accioly (21 de fv); 2º Ten. Luciano Celestino Benrardt (19 de fv) ; 1º Ten. Antônio Moreno Gonzalez (1º de fv); Pel. Ptr.: 1º Ten. Miguel Cirne (24 de ot 44);
Subalterno: Ten. Gonzalez (2 de jn).

COMPANHIA DE PETRECHOS PESADOS
Cmt Cap. Floriano Peixoto Corrêa
Sub-Cmt.: 1º Ten. Lídio Mazza Kotarscky
Cmts. de Mtr. e Mrt.: 1º Ten. Eurípedes Ferreira dos Santos Jor.; 1º Ten. Glauco de Castro e Silva; 2º Ten. Ivan Lobo Mazza, 2º Ten. Oliveira Lana de Paula; 2º Ten. Aiporandir do Nascimento e 2º Ten. Ranulpho Avelino Travassos.
Alterações: Cap. Arnizaut (Cmt. da Cia. (4 de ab); 2º Ten. Alírio Granja e 2º Ten. Waldemar Antunes de Azevedo, (para efeito de reembarque); 2º Ten. José Moreira Matos (dz) e 2º Ten. Benedito Rodrigues."

Do Terço Velho ao Sampaio da FEB
Ten. Cel. Nelson Rodrigues de Carvalho
Companhia Editora Americana 


Acampamento de soldados do 2° Escalão da FEB, 1944/1945. Itália
Arquivo Diana Oliveira Maciel

A simples travessia do Atlântico se fizera para o REGIMENTO SAMPAIO seu primeiro florão: fez parte da primeira força terrestre latino americana a cruzar os mares para combater numa guerra européia. Alertados pelos torpedeamentos da costa brasileira, a viagem se fez em comboio, escoltado até Gibraltar por belonaves de guerra americanas e brasileiras. Cruzado festivamente o Equador, dias depois o comboio defrontava as calmarias da costa da África, evocando aquelas 13 rústicas naus de Pedro Álvares Cabral que 450 anos antes, pelo aviso de Vasco da Gama delas se deveria afastar. Viveu "in loco" o REGIMENTO, a influência daquelas paragens no descobrimento do Brasil... A passagem por Gibraltar se fez; à noite, não sem que se pudesse vislumbrar, muito ao longe, o Farol de Trafalgar, diante do qual o Grande Nelson destruiu a esquadra francesa, e com ela as esperanças de Napoleão de invasão da Inglaterra... No dia seguinte, o comboio passou ao largo das Baleares, a ilha dos amores de Chopin e George Sand... 

NÁPOLES

Finalmente, sempre no rumo inverso dos antigos fenícios, a 6 de outubro o REGIMENTO SAMPAIO, com o 2º Escalão da FEB, atingia o seu destino, o porto de Nápoles, recentemente libertado. Era a primeira visão de guerra do Regimento, por entre ruínas e devastações de um "porto outrora magnífico e foi também o seu primeiro contacto com o que é a miséria de um povo vencido. E nossos pensamentos se volveram ao Brasil, diante de tão gritante e cruel contraste, numa incontida homenagem de fé e de confiança no seu risonho futuro; e ali mesmo, frente aquele quadro comovedor, vivemos em plena grandeza, a dignidade de nossa missão! Dois dias depois, numa flotilha de L.C.I. que tomara parte nos desembarques do Sul da França, o Regimento se fez rumo a Livorno. Magnífica a visão daqueles 56 "cabritos do mar", em gigantesco comboio, apesar do mau tempo e das guinadas. E muitas foram as apressadas cartas de "lobos do mar" que então se rasgaram... Ao largo de Elba, Napoleão e Waleska nos rememoram o exílio do Grande Corso, os 100 dias e Waterloo!

LIVORNO

De Livorno, com seus balões de barragem "a Londres", todo o 2º Escalão foi transportado para a Área de S. Rossore, nas vizinhanças de Pisa. Com ele seguiu também o REGIMENTO SAMPAIO, por entre deploráveis destruições, ruínas e miséria. Imenso e de aprazível aspecto, antigo Campo de Caça da Real Casa de Itália, com suas alamedas arborizadas de pinho, álamos e ciprestes bem traçadas, era o local. Instalado com todos os recursos higiênicos e disposto em impecável ordem, a vista do acampamento militar causa à tropa brasileira agradável impressão.

 PISA

Aí permaneceria até 13 de novembro, armando-se, equipando-se e recebendo a dotação do material bélico que lhe competia. A instrução tática de além mar foi intensificada e várias turmas de oficiais e praças estagiaram no front do 6º Regimento de Infantaria, na região de Braga. Da Área de Treinamento de Pisa; passou o REGIMENTO a de Filetole, onde foi submetido a um período de verificação de treinamento, sumário, donde os acontecimentos o levaram, antecipadamente, à entrada em linha de batalha, no Vale do Reno. A chegada, pois, do REGIMENTO SAMPAIO ao Teatro de Operações, já o DESTACAMENTO FEB (1º Escalão) estava engajado a fundo contra o inimigo alemão. E curiosa fora a simbologia da estréia dos brasileiros, nesta luta da civilização contra a barbárie: a Torre de Pisa e a Linha Gótica, dois contrastes em confronto. E à sombra muitas vezes secular da venerável Torre que Galileu imortalizara, guerreiros da livre América, com o romper-lhe o cerco, resgatariam à pátria de Colombo a nobre dívida do descobrimento do audacioso flibusteiro genovês...

Do Terço Velho ao Sampaio da FEB
Ten. Cel. Nelson Rodrigues de Carvalho
Companhia Editora Americana 



Visita do Ministro da Guerra General Dutra ao acampamento da FEB
Arquivo Gen. Tácito Theóphilo Gaspar de Oliveira

O dia 15 de outubro foi passado na expectativa da chegada do general de divisão Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra do Brasil, que estava inspecionando as tropas brasileiras, após ter permanecido cinco dias no teatro de operações brasileiro na Itália, onde recebeu a distinção de comandar, durante sua estada, todo o front da Itália, seguindo depois em visita ao ocidente. Seu regresso estava marcado para o dia 15 de outubro; entretanto não conseguiu alcançar a Itália nesse dia, o que aconteceu no seguinte, a despeito da chuva que caía, e às 11 horas saltava S. Excia. do avião, passando em seguida revista à tropa brasileira do 2º escalão. Sua Excelência fez-se acompanhar de general Kroner, adido militar americano no Brasil, dos generais Zenóbio, Cordeiro e Falconière, Coronel Bina Machado, Chefe do Gabinete do Ministro da Guerra, Major Mário Gomes e 1º tenente Antônio João Dutra. Ao terminar a revista Sua Excelência manifestou sua impressão satisfatória, enquanto o general felicitava o Comandante do 11º R. I. pela ótima apresentação da tropa. A noite tive que apagar a vela da barraca mais de uma vez, devido à aviação alemã que estava voando sobre nosso acampamento. No dia seguinte regressava ao Brasil o general Dutra, Ministro da Guerra, acompanhado de sua comitiva, tendo comparecido ao seu embarque numerosos oficiais e civis brasileiros. Com surpresa geral, após uma noite em que o vento soprou enfurecido, o dia amanheceu lindo como uma manhã primaveril, claro e esplendoroso que nos fez esquecer a temperatura que vínhamos suportando. A alegria percorreu o acampamento até as mais escondidas barracas e os soldados foram atingidos por uma onda de contentamento, parecendo-nos uma manhã de maio no nosso incomparável Brasil.

"O 11º RI na 2ª Guerra Mundial"
General Delmiro Pereira de Andrade
Biblioteca do Exército - 1950

Um Herói nunca morre!

Simples História de um Homem Simples
As Origens
Força Expedicionária Brasileira
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Homenagens aos Heróis
Saudade
A vida felizmente pode continuar... 

 

 

 

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