FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA |
A OUTRA GUERRA DOS PRACINHAS DA FEB...
A FEB em
combate na Itália
Imagem escaneada da revista Nossa História - ano 2 - nº 15
- Janeiro de 2005
A Guerra em
Tempo de Paz Francisco
César Alves Ferraz |
Retornando da
guerra, os pracinhas recebiam os cumprimentos da população
brasileira.
Brevemente seriam esquecidos, humilhados e tristemente
abandonados à própria sorte.
Foto escaneada do livro "Trinta Anos depois da Volta" - Octávio
Costa
Das Trincheiras
ao Pavilhão de Doentes Mentais Maria Leon
Chaves de Resende |
Acidente nos
Apeninos
Foto escaneada do livro "A Epopéia dos Apeninos" - José de Oliveira
Ramos
A Tarefa
Rotineira de Matar "Todo o sentimento que eu tinha foi perdido na guerra, que destrói tudo. Ela destrói todo o seu sentimento humano, e você passa a ser um bicho. No início, a desgraça que nos cercava impressionava muito, mas com o passar do tempo, comecei a achar tudo aquilo comum. Um colega caia ferido, eu olhava, nem mesmo podia ajudar, pois a minha função não era de padioleiro (carregador de maca), que era quem ajudava o ferido. Fiquei completamente desumano, perdi todo o amor que sentia pelo semelhante". Matar inimigos era, por definição, uma função do soldado em guerra. A princípio, as reações a essa matança variavam conforme a índole de cada um, indo da profunda compaixão e relutância em matar até o cinismo. Após longos períodos no front, porém, era comum o surgimento de uma indiferença generalizada em relação às mortes. Os serviços de propaganda procuravam continuamente criar um clima de ódio em relação ao inimigo, mas a tarefa rotineira de matar ainda encontrava sólidas barreiras em fatores culturais. A duração do confronto e a dureza dos combates, porém, lembra os soldados a todo instante da situação irredutível de matar ou ser morto, que, somada à brutalização, dissipava os eventuais obstáculos morais. Aceitar essa realidade durante a campanha cobrou seu preço nos dilemas de consciência que emergiram na solidão do pós-guerra. Infelizmente, alcoolismo e suicídio não foram raros entre os veteranos da FEB, após seu retorno ao Brasil. Cesar
Campiani Maximiano |
FAB em ação
Arquivo
Diana de Oliveira Maciel
O PROBLEMA DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA E' meu desejo chamar a atenção dos oficiais estudiosos e de visão larga, para este ponto, visto que apenas contribuo com o meu depoimento despretensioso, enquanto eles muito poderão fazer com os seus conhecimentos especializados em prol de um assunto de alta relevância no campo da disciplina e bem-estar do homem durante á guerra de efeito psicológico imprevisível na formação e sustentáculo do moral da tropa. A pressão de cima para baixo numa guerra é enorme. Toda a tropa da frente recebe o impacto de duas forças contrárias: a do inimigo que procura barrá-la por todos os meios materiais e a do Comando que a arremete contra o inimigo, usando de todos os meios materiais e psicológicos. O homem do front tem assim o seu consciente terrivelmente comprimido pelo instinto de conservação e pelo cumprimento do dever, do que podem advir recalques e complexos incalculáveis, capazes de provocar profundos desequilíbrios físicos e mentais. Seria de mister, por conseguinte, a bem da saúde do homem que voltará à vida civilizada e da própria sociedade, que esses recalques fossem de momento em momento, sublimados por um repouso longe do front, onde o homem pudesse tomar contacto com a vida civilizada, de cujos hábitos e ambientes, a servidão do combate o afastara. Este é um ponto conhecido. Preciso é, pois, que seja levado em consideração como uma das teses mais importantes no planejamento da vitória sobre o inimigo. A pressão exercida pelo Comando Brasileiro foi bem acentuada. Pareceu-me, todavia, que esta rigidez decorreu da grande responsabilidade dos nossos comandantes que, apenas com uma divisão, representavam o Brasil na II Guerra Mundial. Os brasileiros não podiam falhar, custasse o que custasse. Naturalmente, se se deixasse uma tropa à vontade, quase não haveria avanços... Mas, nós éramos apenas uma divisão. Se fracassássemos, seria o descrédito para a Forma Expedicionária Brasileira. Daí a pressão ter sido tremenda e por vezes exaltada. Isto criou uma mentalidade de indiferença e até de desestima pelo Alto Comando. Surgiu um fatalismo displicente e irônico na Frente de Combate, que poderia ser traduzido nestas expressões: "Já vai tarde", "O azar é seu", etc. Sim, quem morresse ali, já ia tarde, envolto no saco branco dos mortos... A FEB foi uma das divisões mais "sugadas" e uma das que mais produziram na âmbito do V Exército Americano. Isto já passou. É preciso, entretanto, aprender para o futuro. O soldado brasileiro, apesar dos pesares, não teve uma assistência psicológica e mesmo material como a dos norte-americanos. (Basta observar que até oficiais feridos, quando tiveram alta do hospital, estavam sem farda brasileira, sem dinheiro, etc. Houve quem tivesse que sair com farda americana e quem se viu sujeito à contribuição de colegas e soldados numa "vaquinha") Os homens saiam da frente numa proporção que talvez atinja a metade da tropa em combate. Destarte, a metade ou quase a metade não soube o que era um descanso num hotel, em cidade da retaguarda onde se distraísse e sublimasse as emoções recalcadas pelas duas pressões opostas. Ora, enquanto o combatente do front está empenhado em salvar a pele e sustentar o terreno conquistado, o militar da retaguarda é tentado a uma vida doméstica, principalmente quando o inimigo não conta com superioridade aérea como aconteceu na Itália. Mesmo com a superioridade aérea do inimigo, é preciso notar que os ataques à retaguarda visam, em última análise, a frente de combate. A área desta é incomparavelmente inferior à daquela; esta é quem vai suportar o peso dos impactos inimigos, agravado pela irregularidade dos suprimentos pela perturbação ou desorganização da retaguarda. Na Itália, depois de vários dias de acampamento, passei a noite numa vila às escuras e tive um desejo súbito de bater à porta de uma das casas. Parecia um absurdo. Não fui porque o italiano não iria compreender o meu gesto. Há dias, porém, que eu não via uma simples cadeira, um objeto familiar, um prato de louça ou um copo de vidro. Tive vontade de estar numa sala de visitas, sentir as quatro paredes de uma casa e todo um ambiente doméstico, enfim um recanto familiar. É realmente duro para um homem civilizado, passar dias e meses dentro do mato, comendo em marmitas, sentando-se em bancos de madeira, sem encosto ou no chão, comendo com as mãos sujas ou as lavando muito mal no capacete de aço, longe de uma infinidade de coisas a que nos acostumamos desde crianças... É quando sentimos quanto valem objetos de que nos utilizávamos sem lhes dar maior importância. José X. Góis
de Andrade |
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