MITOLOGIA GREGA
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HÉRACLES Héracles ou Hércules era filho de Zeus e Alcmena, rainha de Tirinto. Zeus encantado com a beleza de Alcmena a possuiu, tomando a forma de Anfitrião, seu esposo. Quando Héracles estava para nascer, Zeus profetizou aos Olímpicos que a próxima criança a nascer na Casa de Perseu reinaria sobre toda a região argiva: Tirinto, Micenas e Midéia. Hera, tomada de ciúmes pelo amor adúltero de seu marido com uma mortal, atrasou o nascimento de Héracles e acelerou o de Euristeu, filho de Nikkipe, para que este usufruisse do poder político que Zeus havia destinado ao filho. Precocemente, manisfestou-se a natureza semi-divina
de Héracles. Hera enviou duas serpentes ao seu berço, mas o bebê pegou
cada uma com uma mão e as estrangulou ante os aterrorizados mãe e
padrasto. Entre seus mestres, encontrava-se Lino, filho de Apolo, encarregado de ensinar-lhe música. Héracles, apesar de habilidoso, não aceitava receber punições. Um dia, Lino o criticou durante uma de suas lições e o jovem, enraivecido, atirou sua lira em sua cabeça, matando-o. Anfitrião, temeroso dos problemas que a força desmedida do garoto pudesse causar, enviou-o aos Montes Citéron, onde vigiaria seus rebanhos. Héracles cresceu e se tornou o homem mais forte de toda a Grécia, realizando seus primeiros atos de bravura. Hera, contudo, não estava disposta a ceder. Héracles havia recebido a mão de Megara, filha do rei de Tebas, Creonte, como recompensa por haver liberado os tebanos do pagamento dos onerosos tributos impostos por Ergino, rei dos mínios. Um dia, a deusa enlouqueceu o herói. Em seu acesso de loucura, Héracles matou seus filhos, queimando-os na frente de Megara. Retornando ao seu juizo, o herói, horrorizado, somente pensou em purificar-se deste terrível crime. O oráculo de Apolo determinou que ele deveria submeter-se a Euristeu durante doze anos, executando doze trabalhos. Héracles curvou-se a Euristeu e a todos os seus caprichos, numa tentativa de limpar a própria alma da mancha do crime cometido e tentando livrar-se do remorso que o atormentava. O invejoso monarca não mais precisava temer que Héracles disputasse seu trono e seu poder. Determinou
ao herói, na tentativa de destrui-lo, uma série de trabalhos: Após cumprir essas doze tarefas, a escravidão de Héracles a Euristeu terminou. Não podendo mais viver com Megara, por haver matado seus filhos, consentiu que ela desposasse Iolau, seu sobrinho e companheiro de batalhas. Depois de outros feitos, Héracles chegou a Calidon, nas terras do rei Eneu, pai de uma moça encantadora chamada Djanira. Sua beleza atraira, como pretendente, o deus-rio Aquelôo. Djanira, no entanto, recusava-se a se casar com ele. Héracles também se ofereceu como pretendente. O rei Eneu, que não queria contrariar nenhum dos dois poderosos seres, prometeu a mão de sua filha ao vencedor em um duelo. Héracles venceu o confronto, e desposou Djanira, com quem teve um filho, Hilo. Os três seguiram viagem para Tráquis onde vivia um amigo do herói. Quando chegaram ao rio Eveno, encontraram o centauro Nesso que, em troca de uma moeda, atravessava os viajantes pelo rio. Héracles dispensou a ajuda, mas o centauro transportou Djanira em seus ombros. No meio da travessia, o centauro, enlouquecido pela beleza da mulher, ousou tocá-la de maneira impudica. Héracles ouviu os gritos de sua esposa e, com uma flecha, acertou as costas dele. Esta foi talvez a mais trágica demonstração de sua ira, pois o manhoso centauro, antes de morrer, disse a Djanira que guardasse seu sangue e o usasse em um encantamento para manter para sempre o amor do herói. Djanira teceu uma bela camisa que banhou com o sangue do centauro morto. Héracles realizaria um sacrifício aos deuses, em agradecimento à uma vitória conquistada e Djanira enviou-lhe o presente. Ao vestir a camisa o herói foi tomado de dores terríveis e feridas incuráveis. Chegara o fim do grande guerreiro. Djanira, tomada de remorsos, suicidou-se. Héracles, agonizante, pediu que o levassem ao monte Eta para cumprir a previsão de um oráculo, segundo a qual, ele terminaria seus dias naquele monte. Mandou que erguessem uma pira onde seu corpo seria queimado, antes mesmo de sua morte. Sobre esta pira deitou-se o herói. Enquanto as chamas ardiam, raios de sol brilharam no céu, fortalecendo as labaredas, e uma nuvem de fumaça cobriu a pira, enquanto trovões soavam no firmamento. Quando seus companheiros buscaram os restos do herói entre as cinzas, nada foi encontrado. Seu corpo ascendera ao Olimpo. Hércules foi aceito como um dos imortais, e a própria Hera, finalmente, aceitou sua presença, apaziguando sua ira. Heracles recebeu a mão da deusa Hebe, da eterna juventude, como sua esposa. |

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