|
PIQUETE -
CIDADE PAISAGEM |

O professor Laércio
de Azevedo e alunos do Departamento Educacional da Fábrica Presidente Vargas
quando de
uma apresentação de Canto Orfeônico no Cine Estrela do Norte,
durante a Semana do Índio, realizada entre 19 e 23
de abril de 1949.
Identificados por Vera Regina Generoso encontramos na primeira fila, terceiro da
esquerda para a direita
Geraldo Generoso; na fila de trás, correspondendo ao
centro do losango da Bandeira do Brasil, vê-se Terezinha Generoso.
Foto
publicada no Jornal "O Estafeta"
|
O Canto Orfeônico Antigos moradores de Piquete ainda se recordam das festas cívicas e das grandes concentrações de estudantes que ocorriam no campo do Estrela, nos anos de 1940. Naquelas ocasiões, a cidade se mobilizava para assistir às atividades esportivas e aos desfiles dos estudantes. Recordam-se, também, das apresentações de canto orfeônico por alunos do Departamento Educacional da FPV, regido pelo professor Laércio José de Azevedo. Aquelas atividades eram resultado das grandes mudanças pedagógicas que vinham ocorrendo nas escolas do país, cujo eixo da educação era o aluno. O ensino de música, que vinha no bojo dessa revolução, fazia parte do aprendizado escolar. Esse movimento educacional que revolucionou as escolas do país era conhecido como “Escola Nova”. Opunha-se às políticas pedagógicas tidas como tradicionais, visava a uma educação que pudesse integrar o indivíduo à sociedade e, ao mesmo tempo, ampliar o acesso de todos à escola. Ganhou corpo na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, espalhando-se pelo país. Em Piquete, por iniciativa do capitão José Pompeu Monte, materializou-se na criação de uma escola industrial masculina, voltada para a formação de filhos de operários, preparando-os para trabalhar na FPV. Essa experiência educacional expandiu-se de tal maneira dentro dos princípios da Escola Nova, que a Escola Industrial da FPV passou a oferecer a seus alunos, além das disciplinas de cultura geral e de formação técnica, atividades extracurriculares. O sucesso desse modelo de ensino, pioneiro na região, levou à criação de outros cursos, estendendo os benefícios a todos os jovens de Piquete. Assim, foram criados: Escola Industrial Feminina, Escola Agrícola, Jardim da Infância, Ginásio Industrial e Escola Normal. O grande objetivo da educação naquela época era proporcionar aos estudantes educação integral, permanecendo o dia todo na escola, numa convivência estreita com seus mestres. Foram contratados excelentes professores, mas um marcou, de maneira indelével, a memória de todos que o conheceram – trata-se do professor Laércio José de Azevedo. Convidado pelo capitão Monte, quando da criação do Curso de Emergência, embrião que resultou na Escola Industrial, assumiu a direção de várias disciplinas: música, desenho, educação física, entre outras. Talento multifacetado, exímio musicista, tocava vários instrumentos, além de ser excelente artista plástico. O carismático professor ganhou a simpatia e a admiração de todos. Com os alunos da Escola Industrial, formou uma banda de música, que passou a abrilhantar as festividades educacionais, e também um grupo de Canto Orfeônico. Naquela época, essa modalidade vinha ganhando espaço. Coube ao grande maestro Heitor Villa-Lobos o empenho e o trabalho para introduzi-lo nas escolas brasileiras. Villa-Lobos era um tradicionalista e estava preocupado com a elevação artístico-musical do povo brasileiro. Acreditava que, se todos estudassem música nas escolas, estar-se-ia contribuindo para transformá-la numa convivência cotidiana e formando um público sensível às manifestações artísticas. O professor Laércio, seguindo os passos de Villa-Lobos, com habilidade e paciência, formou um grupo heterogêneo de vozes, a maioria sem conhecimento musical, e treinou-os com dedicação. Assim, após um continuado trabalho, dava gosto ouvir o Hino Nacional, o Hino à Bandeira, o Hino ao Sol do Brasil, o Canto do Trabalho, o Canto do Pajé e muitos outros, cantados pelos alunos do Departamento de Educacional da Fábrica. O professor Laércio ensinava a correta interpretação dos hinos oficiais, bem como canções de elevação do espírito nacionalista e de amor à pátria. Com dedicação e uma maneira peculiar, além de ensinar canto orfeônico, despertava a cidadania em todos os jovens. Jornal "O
Estafeta" |

Escola Industrial
da FPV
Arquivo Luciana Multini
|
CRONOLOGIA DA
EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA DE PIQUETE 14/03/1870 -
Criação pela Lei Provincial nº 20, das duas cadeiras de primeiras letras:
masculina e feminina, para o Bairro do Piquete. Fonte: Antônio Carlos Monteiro Chaves |
| Home
|
Contato |
Cantinho Infantil |
Cantinho Musical |
Imagens da Maux |
l
Recanto da Maux |
Desenterrando Versos | História e Genealogia
l
l Um Herói nunca morre l Piquete - Cidade Paisagem l
MAUX HOME PAGE- designed by Maux
2003 Maux Home Page. Todos os
direitos reservados. All rights reserved.