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PIQUETE -
CIDADE PAISAGEM |
Hino do
G. E. "Antônio João"
Foi num dia tão bonito
que à
Escola fui levado
pelas mãos de minha mãe,
na esperança de
encontrar
nesta vida o dom precioso
do saber, da
educação.
Muitos anos são passados.
Eu me lembro com
emoção
meu início de estudante.
Da amizade dos
colegas,
dos professores bondosos
que não esqueço um só
instante.
Minha escola é tão bonita
que dá gosto a gente
ver.
Tem um pátio e um jardim
e na frente há uma praça,
que
é mesmo uma graça,
tão galante e tão florida.
Minha escola
é a mais linda
de toda esta região.
Minha escola que tem
tudo,
tanta coisa de valor,
eu adoro a minha escola,
meu
querido Antonio João.
Letra de Mariinha Mota
Gravação
do Professor Gil

Começando
simplesmente...
Arquivo Mariinha Mota
No início
da década de 60, o então Grupo Escolar "Antônio João" apresentou ao povo
de Piquete deslumbrantes desfiles nas três principais datas cívicas da
cidade. Em 15 de março comemorava-se o aniversário de fundação da Fábrica
Presidente Vargas (hoje IMBEL), principal mantenedora da economia de
Piquete; em 15 de junho era festejada a emancipação política da cidade. Em
sete de setembro, na data nacional mais comemorada, homenageava-se a
Independência do Brasil. Nestas ocasiões Piquete engalanava-se e, por um
determinado período, o querido e tradicional estabelecimento de ensino G.
E. "Antônio João" atraía até mesmo pessoas de cidades vizinhas para
assistirem as suas apresentações. Estes desfiles portentosos aconteciam
num esforço conjunto das professoras, alunos e amigos do G. E. "Antônio
João", pais de alunos e ex-alunos desta escola. Mas, como ocorre em todo
evento destacado, era necessária uma organização e alguém que mantivesse
em suas mãos as rédeas dos acontecimentos. O que conduziu a equipe de
professores do G. E. "Antônio João" a investir tempo e recursos nesses
desfiles? Partiu de quem a iniciativa de viabilizá-los? Quem comandou o
espetáculo? Quais as pessoas da cidade que colaboraram com eles?
Sentimo-nos na obrigação de registrar o relato a seguir, pois os
bastidores desses desfiles foram plenamente vivenciados por nós, em nossa
adolescência. O
ensaio do teatro vivo, representando o Grito do Ipiranga, ainda permanece
em nossas lembranças, pois acontecia em nossa casa, quando Mariinha Mota
buscava o tom certo, com o qual o garoto que representava Dom Pedro devia
bradar: "Laços fora, soldados".
Nunca nos esqueceremos da alegria de Mariinha ao
verificar o sucesso da apresentação do Mártir Tiradentes ao lado de seu
algoz, emocionando o público que, após um momento de silêncio e respeito,
aplaudiu longamente as crianças.
Tantos outros desfiles e apresentações vitoriosas se
sucederam... Os componentes da ginástica rítmica recordarão sempre o apito
de Mariinha Mota, que os ensaiava à exaustão, garantindo uma demonstração
perfeita.
Os
textos explicativos dos desfiles também eram por ela primorosamente
elaborados e lidos no palanque por sua filha Sílvia Maria, também aluna do
G. E. "Antônio João". Entre todas as apresentações, a que mais lhe tocou o
coração, representava o nascimento de sua cidade. Mariinha escolheu um
carro de boi, contendo ao centro, uma enorme flor vermelha. Frente ao
palanque, uma bela meninazinha ruiva e lindos olhos verdes, aluna do
Jardim da Infância da professora dona Milita, surgia, espreguiçando, da
flor que se entreabria. Piquete nascia, embalada pelo monótono ranger das
rodas dos carros de bois, pelo mugido dos animais e pelo canto dos
carreiros. Esta a poesia e encanto do G. E. "Antônio João", marcando a
história dos desfiles cívicos de Piquete. Os objetivos foram alcançados e
o troféu definitivamente conquistado.
A professora Mariinha Mota,
durante o período de internação hospitalar, presa ao leito, com sua
energia manietada, havia também iniciado sua trajetória como poetisa,
compondo seus primeiros sonetos. Após a conquista da Taça "Esperança do
Brasil", Mariinha Mota dedicou-se ao trabalho de formar, entre os alunos
do Grupo Escolar "Antonio João" pequenos artistas: declamadores, atores,
comediantes. Estas talentosas crianças apresentavam-se em concursos de
declamação na região do Vale do Paraíba e Sul de Minas, arrebatando sempre
as primeiras colocações. Voltada à filantropia, Mariinha Mota organizava
festas com seus pequenos artistas, arrecadando fundos para as diversas
campanhas como as do Agasalho, Natal dos Pobres, etc. Continuou a escrever
e compor sonetos, peças de teatro, críticas literárias e ensaios
históricos. Publicadas em jornais onde mantinha colunas semanais, essas
obras conduziram a sua indicação para a cadeira nº 27 da Academia de
Letras do Vale do Paraíba; como seu patrono o jesuíta José de Anchieta.
Muitas coisas Mariinha Mota realizou em sua vida mas nada a tornava mais
feliz do que a presença ao seu lado das crianças de seu G. E. "Antônio
João". Como sua filha primogênita, podemos afirmar nunca tê-la visto mais
feliz e criativa do que na época em que trocou as argolas de papel
laminado nos pulsos das alunas por esses magníficos desfiles. Todos os que
formavam o G. E. "Antonio João" apoiaram e colaboraram nas concretizações
desses eventos, mas a força criadora indiscutivelmente era de Mariinha
Mota. Não poderíamos deixar de grafar aqui esse fato, que pode ser
confirmado por todos os que viveram esse período áureo do G. E. "Antônio
João". É preciso que se conte às gerações atuais o que e como aconteceu,
para que não caia no esquecimento o muito que a professora Mariinha Mota
fez por sua cidade e sua querida escola. Hoje, doente e recolhida aos seus
aposentos, sem homenagens e destaques, Mariinha Mota encontra-se lembrada
apenas pelos que com ela aprenderam lições de cidadania, amor ao próximo e
sobretudo humildade. Utilizamos seus arquivos fotográficos para mostrar,
através das páginas desta homepage, o quanto de belo e fecundo se pode
desenvolver, quando o idealismo, a dedicação às crianças e o amor ao
trabalho superam o oportunismo, o vedetismo e a vaidade vazia e
improdutiva.
Maria Auxiliadora Mota Gadelha Vieira |
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