Piquete, Cidade-Paisagem   Existe uma cidade linda, acolhedora, almo ninho imortal de cálidos olores; de edênica paisagem, tela sedutora, domicílio gentil de rosas e de flores. O povo bom se iguala à flâmea natureza! Humildes operários, almas superiores, guardam em seus corações manifesta grandeza, vivendo para a paz e o bem imorredores. Num recanto da amada Pátria Brasileira, envolvendo-a lá está a Serra Mantiqueira, parecendo, à tardinha, um manto rosicler. É assim minha cidade bela e pequenina, onde vivi contente os sonhos de menina e realizei, feliz, meus sonhos de mulher.   Mariinha Mota

Réplica viva da Estátua da Liberdade
Arquivo Mariinha Mota

Como tudo começou...   O Dia da Pátria em Piquete   Apoteose cívica! Assim poderíamos chamar a grande manifestação de apreço que Piquete prestou à Pátria no dia Sete de Setembro. Tudo o que tinha de melhor foi reservado para a belíssima festa da Semana da Pátria. Logo pela manhã via-se a movimentação de escolas com seus uniformes, características aos estabelecimentos que pertenciam. Alunos de quatro grupos escolares; da Escola Industrial, do Ginásio Estadual de Piquete e da Escola Normal, concentraram-se na Praça Duque de Caxias, onde se encontrava o palanque destinado as autoridades. Autoridades civis e militares estavam também reunidas ali, com o mesmo espírito de homenagens à Pátria, no seu dia. Houve leitura do Boletim alusivo à data. Foi o início das homenagens prestadas pelos Srs. militares que servem na Fábrica Presidente Vargas. Suas palavras foram entusiásticas: nelas, a alma do soldado apareceu sem penumbra nem nuances, clara, com todos os contornos da praça em linhas vivas, cor do sangue que lhes alerta o amor pátrio. A banda musical anunciou o desfile. Os tambores ritmaram os passos. Apareceu o Jardim da Infância do G. E. Darwin Félix, seguido pelo primário do mesmo grupo. Na mesma ordem seguiram os demais grupos escolares. Compenetradas, vaidosas dentro do uniforme cuidado com esmero, até as crianças do Jardim da Infância pareciam possuídas de um respeito religioso destes que o ambiente dos templos não envolve. Por último desfilaram os operários da Fábrica Presidente Vargas e o Contingente de Vigilância da mesma. O mesmo sentimento de entusiasmo e de fé manteve o garbo do desfile desses últimos que passaram sob palmas e ovações. Enquanto tudo isso acontecia, a bandeira auriverde ora tremulava festiva no mastro esguio, ora como se arrebatada por um impulso emocional parecia querer escapar dos laços que a prendiam e envolver a todos num só e maternal abraço. Estavam terminadas as manifestações externas. O grupo escolar que apresentou maior brilho e perfeição nos simbolismos referentes à data foi o "Antonio João", porisso obteve classificação em primeiro lugar. Seu merecimento foi indiscutível. O Ginásio Industrial foi o primeiro classificado entre os outros cursos. Também o foi com justiça. Embora participasse do desfile com uma representação de cem alunos, o Ginásio Estadual de Piquete não o fez a título de competição. Isso, como justificou seu diretor, o professor Cyro Areco, instalado esse ano, o Ginásio do estado não estava em condições de  participar em competições dispendiosas quanto ao treino e apresentação. Entretanto não só dia 7 como no decorrer da semana da Pátria, o Ginásio preencheu satisfatoriamente as determinações da Secretaria de Educação. No decorrer da semana houve hasteamento da Bandeira com alocuções alusivas à data. Dia 7, além dos atos cívicos programados, os alunos se divertiram com jogos apropriados para competições internas, sendo grande o número de medalhas distribuídas pelo órgão escolar - centro destinado a organizar e dirigir as atividades escolares. Com esse relato das homenagens prestadas à Pátria, no dia de sua independência, o Labor, órgão da Fábrica e de seus operários se desempenha de sua missão social, deixando seus calorosos aplausos e entusiásticos parabéns a todos que concorreram para tão grandioso espetáculo que melhor chamaríamos de Apoteose Cívica. Evangelista do Prado Jornal "O Labor" - nº 390 15/09/1963 -  Fábrica Presidente Vargas Piquete, SP Obs. No desfile o Sr. Ten. Cel. Miguel Langone, diretor interino da Fábrica Presidente Vargas. Nomeado Diretor da Fábrica o Sr. Cel. da Arma de Artilharia T Eng. Armt. Adhemar Pinto. Portaria Ministerial nº 1493/27-08-1963