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PIQUETE -
CIDADE PAISAGEM |
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Grupo de Jongo em
Piquete, SP
Março de 2002 Desde 1937 o Brasil vem desenvolvendo uma política de identificação e preservação de obras de arte, monumentos e demais bens de natureza material através do Instituto Legal de Tombamento. O Decreto nº 3.551 de 4 de agosto de 2000 instituiu o Registro dos Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. O jongo, expressão musical coreográfica trazida para o Rio de Janeiro pelos escravos angolanos, é considerado um dos pais do samba e foi uma das primeiras manifestações culturais brasileiras escolhidas para o início do processo de registro e tombamento. O registro tem como objetivo a valorização dos bens culturais e cria, para o Estado a obrigação de reunir e divulgar ampla documentação acerca do bem legalmente reconhecido. Trata-se, portanto, de contribuir para a identificação, promoção e a preservação desses bens culturais. |

Jongueiros em
Piquete, SP
O Jongo é uma
Dança de origem africana,possivelmente do Povo oriundo de Angola,da qual
participam homens e mulheres; possivelmente Jongo quer dizer divertimento.
O canto tem papel fundamental, associado aos instrumentos musicais e
dança. Alguns pesquisadores colocam o Jongo no estado de "tipo de Samba"
mais antigo, seria ele que daria mais tarde origem ao Samba. Em alguns
locais o nome pode variar como Caxambu, Dança do Jongo, Bambelô, e outros.
É uma música
feita para dançar, e fundamenta-se com o "ponto", ou seja, a pessoa tem
que "desamarrar" (decifrar) o "ponto". O "ponto" seria uma espécie de
adivinha, onde o verso cantado não expressa de forma muito clara o que se
trata, e é preciso descobrir para saber do que fala a música. Exemplo de
uma crítica feita a um chefe político:
Na Dança do Jongo são utilizados os seguintes instrumentos musicais: 1. Atabaques(Três a quatro), recebem uma grande variação de nomes como: Tambor, Angona, Candongueiro, Cadete, Pai João, Pai Toco, etc. Ele é dividido em: - Guanazamba,
Pai João, Pai Toco,Tambor: É o maior de todos; é um pedaço de madeira que
por meio de fogo é deixado oca, de um lado a outro, com aproximadamente
100cm a 120 cm de comprimento e um diâmetro de aproximadamente 40 cm; numa
das extremidades é colocado o couro de boi (na maioria das vezes) e a
outra fica livre. A forma como é tocado consiste em deitar horizontalmente
o atabaque no chão senta-se nele e bate com as mãos no couro. |

Gil do
Jongo
Piquete, SP
O jongo ou o caxambu, como também é conhecido, pode ter vindo da região de Angola, trazido pelos negros que vieram forçados a trabalhar nas fazendas cafeeiras da região centro-sul do Brasil. Os negros de Angola já tinham tradicionalmente as danças de umbigada, muito comuns na região Congo-Angola, uma das mais conhecidas é o semba, que, em dialeto quimbundo, significa umbigada. A umbigada é uma característica do Jongo, e também se faz no semba, no samba-de-roda, no tambor-de-crioula, no lundu, na pernada, no batuque, no coco e em outras danças que provavelmente podem ter sido trazidas e/ou transformadas aqui pelos escravos angolanos. Os escravos, na maioria das vezes, reuniam-se nas noites de festa dos santos católicos, provavelmente pelo fato de, na mesma data, os senhores seus participarem de festejos em igrejas. No jongo, apenas aos mais velhos era dado o direito à participação, pois os jongueiros disputavam sabedoria através dos cantos e/ou pontos, usando para isso uma linguagem cifrada (gíria), para dificultar o desvendar do ponto. Nos terreiros, como é chamado o espaço onde acontece a roda, acendia-se uma fogueira, que servia para esquentar os jongueiros, esquentar o couro dos tambores quando ficavam roucos e também para assar batatas e amendoim. Normalmente, é tocado por dois tambores, um mais grave, geralmente chamado de caxambu ou tambu, e um mais agudo, também chamado de candongueiro. Em alguns lugares, também é tocado com um chocalho chamado de guaiá e, ainda, uma espécie de cuíca (mas que produz um som rouco), chamada de angoma-puíta, muito conhecida também como tambor onça ou roncador, muito comum nas manifestações de boi, principalmente no bumba-boi maranhense. As letras dos cantos ou pontos de jongo relatam principalmente o cotidiano desse povo. Usam, para começar o jongo, ponto de abertura, saudando em geral o santo do dia e outras entidades; em continuidade, o cantador segue louvando o lugar, os jongueiros antepassados, o anfitrião (trata-se do jongueiro mais velho do lugar, geralmente o mais sábio também) e a todos que ali se encontram. No decorrer da noite, os jongueiros entoam cantos para alegrar e descontrair as pessoas, mas, de vez em vez, um deles manda um ponto a ser decifrado e os demais vão repetindo o canto até que algum jongueiro decifre e desate o ponto. Em outros casos, acontecia também o momento de encante, magia ou feitiço que algum jongueiro lançava sobre outro a quem ele queria enfeitiçar. Muitos contam que, se o jongueiro enfeitiçado não decifrasse o ponto, ele poderia desmaiar, passar mal ou até mesmo morrer; contam também que plantavam bananeiras que, ainda na mesma noite, dava fruto e alimentava aos jongueiros dali. Ao final da roda de jongo, quando o dia ia amanhecendo, despediam-se uns dos outros e também saudavam a chegada do novo dia, e retornavam a sua jornada de trabalho escravo nas fazendas de café. "auê meu
irmão café... |
FOTOS DE
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Saracura: Jongo da Serrinha
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