FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA |
VIDA NAS
TRINCHEIRAS
"Quando
ficávamos de guarda nos foxholes mais avançados, durante os meses de
inverno, cada um de nós tirava uma hora de serviço e descansava três, pois
uma hora era o máximo que se podia agüentar com todos os sentidos em
alerta total. Para este tipo de serviço era necessário estar sempre em
alerta total. O soldado de serviço portava sempre uma arma
automática. As três horas de
descanso, gastávamos em qualquer canto que pudéssemos encontrar, ali mesmo
nas posições, sem camas ou qualquer tipo de conforto. Para me agasalhar,
eu usava seis blusas de lã por baixo do field jacket americano, um par de
luvas de lã e por cima um par de luvas impermeáveis,ou perderia a
mobilidade nos dedos, por causa do frio intenso."
As três horas de descanso,
gastávamos em qualquer canto que pudéssemos encontrar, ali mesmo nas
posições, sem camas ou qualquer tipo de conforto. Para me agasalhar, eu
usava seis blusas de lã por baixo do field jacket americano, um par de
luvas de lã e por cima um par de luvas impermeáveis,ou perderia a
mobilidade nos dedos, por causa do frio intenso."
Antonio Amaru, 1º R.I.
"Na
guerra,não sei se é o que você pensa, eu também pensava de forma
diferente, eu pensava que a guerra fosse, por exemplo, nós tamos aqui, o
inimigo tá lá então eles atiram de lá pra cá e nós atiramos daqui pra lá,
né, todo dia. Mas não era todo dia. Você não tinha essa idéia também?
Então, eu tinha essa idéia. Mas não é. É difícil você ver o inimigo. É
tudo camuflado. Lá nesse lugar que nós estávamos, Guanella, lá de noite
era noite, agora, de dia, lá tinha umas máquinas, pra queimar óleo, pra
nós ficarmos no meio da fumaça. Porque senão, os alemães, do alto do Monte
Castello eles matavam nós lá na trincheira que lá falava foxhole. Então
pra nós era sempre noite." Américo Vicentini, 11º R.I.
"A Torre
di Nerone era uma montanha. Ali os americanos fizeram o alemão recuar, mas
ficou uma pequena distância de uns 50 metros que era o que nos separava.
Lá caíam 98 tiros de artilharia a cada 15 minutos, marcado no relógio.
Permaneci 90 dias naquela situação, passei o inverno até que derreteu a
neve. Eu era de metralhadora de companhia de fuzileiros. A companhia de
fuzileiros tem três metralhadoras que ficam à disposição do comandante da
companhia. O lugar mais perigoso era onde eu ia. O atirador da 2ª peça
adoeceu, foi para a retaguarda, fiquei sozinho tomando conta das
metralhadoras. Fiquei 90 dias sem tomar banho, sem trocar de roupa e sem
cortar a barba." Ângelo
Martins, 6º R.I.
"Foi
difícil o momento do front de inverno, né. Foi muito difícil para nós, que
somos acostumados com o calor, né. No front de inverno nós fazíamos
aquelas patrulhas, P.A., posto avançado, nós ficávamos no posto avançado
ali era dureza, sabe. Muitas patrulhas, fomos surpreendidos muitas vezes
ali, mas felizmente passamos, Deus que nos ajudou."
Geraldo de Figueiredo, 1º R.I.
"Nós
ficamos lá embaixo do Soprassasso, embaixo do Monte Cavalloro, o alemão
por cima e a gente por baixo, o alemão por cima e a gente por baixo, e
veio o inverno né, aí veio o inverno, aí o negócio piorou rapaz. Piorou
porque o negócio foi bravo, o inverno foi duro. Nós chegamos a pegar 20
graus abaixo de zero. Aquilo lá era um troço de doer né, em frente o
Soprassasso nós fizemos o espaldão de metralhadora, cobrimos, fomos lá pra
trás, tudo de noite, cortava árvores, punha lá os troncos em cima, cobria
com folha e terra, quando chegava de manhã, ninguém via nada só ficava
aquela abertura pra por a metralhadora né." João
Stella, 6º R.I.
"Foram
três meses na frente do alemão, assim a uns 40 ou 50 metros, e a gente só
punha a cara para fora, para ver se o alemão estava vindo, e ficávamos com
o fuzil ou a metralhadora na mira. Ficávamos em dois no buraco. De manhã
saíamos correndo no morro para pegarmos um pouquinho de café com leite e
na hora que descíamos eles também bombardeavam a gente. O meu colega, um
goiano muito corajoso, o Ferrugem, descuidou um pouquinho, e o alemão
matou ele a tiro de fuzil... a gente estava tão pertinho. Depois fui
substituí-lo na trincheira dele. Tinha um alemão morto bem na frente:
depois quando nós avançamos eu vi que o alemão estava todo minado, e
noutro lugar, numa ravina, tinham uns 20 ou 30 alemães mortos, não sei nem
se era alemão ou o que era". Santo
Torres, 6º R.I.
Quando
ocupa um posto de sentinela avançada, em que a solidão passa a ser um
sentimento até certo ponto aterrador, o soldado é sobressaltado pelas mais
diferentes sensações, que contribuem para modificar o seu estado de
espírito. O silêncio pesado da noite, na frente de combate, quebrado de
quando em vez por um tiro ou uma rajada de metralhadora, só serve para
aumentar estas sensações. No combate existe a movimentação, o ânimo de
luta, o desejo de avançar, que podem anular outros sentimentos
antagônicos. Na vigília noturna de um posto avançado, o homem está só com
o seu medo e a sua incerteza, e com a obrigação de permanecer na posição.
Somente quem foi soldado de infantaria, e que teve que dar esse tipo de
guarda, pode aquilatar quanto podem ser terríveis esses movimentos. O
General Octávio Costa, em seu trabalho cujo tema é a liderança em combate,
narra, a título de ilustração, um episódio ocorrido na frente do 11º RI:
"Havia um posto avançado,
tão perigoso que só podia ser guarnecido à noite por um grupo, e que ficou
conhecido como GRUPO DA PAÚRA (grupo do medo)".
"A FEB
por um Soldado" Alguns depoimentos e
fotos foram retirados do site:
Tropas em
Monte Castelo
Arquivo Diana Oliveira Maciel
Dentro da
trincheira gelada.
Vida e luta em meio à
neve.
Monte
Castelo
Mestre Pracinha e o inverno
europeu.
1ª DIE - Uma
patrulha em ação nos Apeninos.
Foto escaneada do livro "A Intendência no
Teatro de Operações da Itália.
Cel. Fernando L. Biosca
1ª DIE
- Uma patrulha em ação nos Apeninos.
Foto escaneada do livro "A Intendência
no Teatro de Operações da Itália.
Cel. Fernando L. Biosca
Joaquim Xavier da Silveira
http://www.segundagrandeguerra.cjb.net
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