FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA |
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congelada retirada de filme do You Tube sobre a ação da FEB na
Itália
CASTELNUOVO - LUZES E AÇÃO NA MONTANHA
Castelnuovo figura em nossa História Militar como uma
valorosa ação dos 6º e 11º RI e como mais uma demonstração do valor do
combatente brasileiro. No PC do 6º RI, o comandante, Coronel Nelson de
Mello, deu a seguinte ordem: 'Atacar às cinco horas e trinta minutos do
dia 5 de março para conquistar, sucessivamente , Soprasasso e Cota 720'.
Não era prevista, desde logo, a conquista de Castelnuovo, embora o domínio
da Cota 720 possibilitasse, sem grande esforço, chegar até lá. Um batalhão
do 11º RI, também atacaria na direção de Castelnuovo. Se tivesse sucesso,
prosseguiria; se não conseguisse prosseguir, fixaria o
inimigo,facilitando, sobremodo, a operação. Ao alvorecer da jornada de 4
de março, após minucioso estudo de situação e reconhecimento no terreno,
estava definido o dispositivo a adotar. Fizeram-se pequenos
reajustamentos. Às cinco horas do dia 5, iniciou-se o movimento. A 1ª e a
2ª Companhia progrediram com relativa facilidade até deparar com as
primeiras resistências inimigas. Mas o ímpeto do ataque era realmente
mantido e os êxitos iniciais foram surgindo. Os combates se travavam com
denodo, desalojando o inimigo que ocupava a posição durante todo o
inverno. A luta era cerrada. O 11º RI deparou-se com inúmeros campos de
minas, transformando sua progressão em tarefa altamente penosa. No
entanto, continuava avançando. Por volta das dez horas da manhã, a 2ª
Companhia, tendo atingido Soprasasso,primeiro objetivo previsto, recebeu
preciso fogo inimigo tendo que abandonar a posição e ocupar outra
abrigada. Ao cair da tarde, a Cota 720 era conquistada. Foi cumprida
plenamente a missão. Ao sentir que o êxito do Batalhão provocara pânico
nas posições inimigas, o comandante do 6º RI decidiu prosseguir o ataque
sobre Castelnuovo , alertando: 'Prossigam sobre Castelnuovo; desejo ter
esta região em minha posse, hoje'. Neste momento, a 1ª Companhia estava
sobre a Cota 720, parte oeste; a 2ª Companhia, sobre a parte leste, e a
3ª, em reserva, à retaguarda, em condições de ser empregada. Á noite,
foram ligados holofotes, com incidência direta sobre Castelnuovo. O
espetáculo foi deslumbrante. A surpresa do acontecimento foi geral. A
tropa, estimulada pelo evento, exultou de entusiasmo e partiu com tal
veemência sobre o objetivo a conquistar que, quando lá chegou, surpreendeu
vários combatentes alemães à mesa, jantando. Por sua vez, o 11º RI havia
conseguido progredir, tendo ultrapassado Montecavalloro e Boscaccio,
abrindo o prosseguimento para Vergato. Realizava a FEB uma das mais
bonitas operações em campos europeus. A coordenação, a montagem, o
planejamento, o desenvolvimento e a exploração do êxito caracterizaram o
alto grau de adestramento atingido pelos pracinhas. Paralelamente, a
bravura com que todos tinham se portado atestava o elevado moral da tropa
brasileira. A primeira missão de guerra recebida pelo Destacamento FEB,
emanada do IV Corpo de Exército, consistiu no seu deslocamento, a 13 de
setembro, de Vada para Vecchiano (8 km ao norte de Pisa), a fim de ficar
em condições de substituir as tropas norte-americanas desenvolvidas na
área de MassaciuccolI-Filettole-Vecchiano. As tropas que passaram a
integrar o supracitado grupamento tático, à exceção da 1ª Companhia de
Engenharia, deslocaram-se em caminhões para um ponto de primeiro destino -
região de Ospedaleto - distante 50 quilômetros de Vada. Os necessários
reconhecimentos, para o deslocamento e substituições dos elementos
norte-americanos em posição, foram realizados na jornada de 14 de
setembro. No dia seguinte, a tropa do General Zenóbio da Costa deslocou-se
de Ospedaleto para a região de Vecchiano e se articulou de maneira a poder
substituir, na noite de 15, os elementos em posição na área de
Massaciuccoli -Filettole- Vecchiano. Perdendo as excelentes posições
defensivas do rio Arno, o inimigo passou a desenvolver ações retardadoras
ao longo das rodovias e caminhos que se distribuíam nas vizinhanças do
lago de Massacluccoli e cercanias de Lucca. De modo geral,ao IV Corpo de
Exército, americano, fazia face o XIV Corpo de Exército alemão, sob o
comando do General W. Hartmann, cuja constituição era: 42ª Divisão
Ligeira, comandada pelo General Salter José; 16ª Divisão SS, sob o comando
do Oberführer Otto Naum; 65ª DI. sob o comando do General Pfeifer e
a 362ª DI comandada pelo General Reiwald. Algumas fontes indicavam a 16ª
Divisão SS. alemã, operando na região logo ao norte de Pisa, exatamente a
área que seria vasculhada pela tropa brasileira. 0 que se soube e sentiu,
de início, foi a ação da artilharia germânica contra Pisa e Migliano.
E deram
sua Vida pela Pátria "Na noite
do dia 20 de fevereiro, véspera do definitivo ataque a Monte Castelo, o
segundo-tenente Cleber Gomes Ferreira, da 6ª Companhia do 1º Regimento de
Infantaria, recebeu ordem de executar uma tarefa difícil e penosa: com os
trinta e oito homens da sua companhia, ele teria que ocupar Abetaia, tão
próxima da vanguarda alemã. Seria, aquela, uma operação diversionista, uma
manobra visando fazer com que os alemães acreditassem que o ataque
brasileiro partiria dali, de Abetaia. À meia-noite do dia 20, o tenente
Cleber começou a deslocar-se com seus homens e, logo depois, chegavam a
Abetaia. 'Esperamos um choque com os nazistas, sempre atentos. Mas Abetaia
estava deserta.' Ainda assim, os homens tinham que caminhar com muita
cautela, devido às minas. Uma pisada em falso na grama dos lados, ou a
imprudência de recolher alguma coisa que os alemães haviam deixado, muitas
vezes, de propósito, poderia significar a morte. Depois que o ataque a
Monte Castelo chegou ao fim, às 17h30 do dia 21, o tenente Cleber pôde
executar a tarefa específica para a qual fora designado: recolher os
cadáveres dos soldados brasileiros, exatamente vinte e seis deles, que
haviam tombado em Abetaia, quando do ataque frustrado a Monte Castelo, em
12 de dezembro de 1944. 'Passamos toda a manhã recolhendo os cadáveres.
Também encontramos alguns alemães mortos, mas seus cadáveres escondiam
armadilhas fatais. É que os nazistas defendiam a tese de que um deles,
morto, ainda pode matar alguém.'" Joel
Silveira, correspondente de Guerra, em trabalho realizado para a Revista
"Enciclopédia Bloch" no ano de 1970
"Os
primeiros ataques a Monte Castelo foram levados a efeito nos dias 24 e 25
de novembro, por um Grupamento Tático da 45ª Divisão de Infantaria Norte
Americana, reforçada por tropas brasileiras. Na ação do dia 25, Monte
Belvedere e Monte Castelo foram atingidos. Um contra-ataque alemão,
apoiado por carros de combate, retomou Monte Castelo. Mais dois ataques a
Monte Castelo não surtiram efeito e causaram-nos pesadas baixas. O Gen.
Mascarenhas desceu a Pistóia. Estava circunspecto, como de costume. Falou
com os Oficiais do QG Recuado. Pediu que a Banda tocasse músicas alegres,
menos clássicos. Depois se dirigiu ao Hospital onde se demorou visitando
os baixados, querendo saber dos seus ferimentos, de suas famílias,
conversando com cada um, animando-os. Depois dos insucessos dos últimos
dias, ficara muito triste. Culpa não lhe cabia pois, ou cumpria a missão
ou a tropa seria retirada da frente. A guerra é bárbara e cruel. Tivemos
190 baixas." Gen.
Tácito Theóphilo Gaspar de Oliveira
QUEBRA CANELA...
"Às 4h 50
min da madrugada do dia 3 de março de 1945, o Ten. Viveiros, Comandante do
4º Pelotão de Engenharia, recebeu , em Seneveglio, a péssima notícia de
que houvera um acidente com a turma de mineiros que operava na direção de
Oratorio de La Sassane. A Divisão Brasileira havia conquistado Monte
Castelo no dia 21 de fevereiro, e agora operava no vale do rio Marano, com
o objetivo de conquistar Rocca Pittigliana. A região estava fortemente
minada; protegidas pela noite, patrulhas mistas de Infantaria e Engenharia
abriam passagens nos campos minados, facilitando o ataque imediato.
Naquela madrugada, os mineiros balizavam o caminho à frente da Infantaria,
com a finalidade de assegurar uma boa partida para o ataque que se
realizaria na manhã do mesmo dia, quando ocorreu a
tragédia. Imediatamente, o tenente deslocou-se para o local,
encontrando, logo adiante, com o rosto coberto de sangue, o cabo José
Galdino, transportando nos braços o seu companheiro, o Cabo Arlindo dos
reis, que além de ferimentos por todo o corpo, apresentava, no lugar da
sua perna esquerda, um coto sangrento. Assim agindo, não obstante os
ferimentos, o Cabo Galdino partira com o companheiro em busca de socorro,
salvando-lhe a vida. O bravo pelotão de Infantaria do Ten. Iporan foi
a primeira tropa do 11ºRI a penetrar na cidadela de Montese, na tarde do
dia 14 de abril de 1945; fê-lo com tal ímpeto que surpreendeu os
observadores inimigos postados na torre da igreja. Com ele estavam os
elementos do 6º Pelotão de Engenharia, sob o comando do Ten. Vinhaes, que
o acompanharam desde a linha de partida, com a finalidade de remover
obstáculos e abrir brechas em campos minados. Sob forte bombardeio,
durante a noite de 14 para 15, por várias vezes as ligações com retaguarda
foram cortadas, temendo-se pela vida daquele pugido de valorosos
combatentes. Na manhã do dia 15, o Ten. Vinhaes recebeu um pedido
urgente para socorrer um grupo de soldados que havia caído em campo
minado; os engenheiros levavam algum tempo para abrir a brecha através das
minas até alcançar os feridos. Depararam-se com um quadro terrível; os
rostos estavam deformados e sujos de lama, para aliviar a sede colocaram
terra molhada na boca e no lugar dos pés restava, apenas, uma mancha de
sangue. Uma vez liberado o caminho, os padioleiros iniciaram o seu
devotado mister de socorrer e transportar as vítimas. Estes episódios
focalizaram o inimigo invisível que era a mina anti-pessoal, de tal forma
disseminada no terreno que substituía o combatente inimigo em largas
faixas da defesa. Neste caso, tratava-se da schuchmine. Esta era um
pequeno invólucro de madeira, não menor que uma caixa de charutos; porém,
sob a pressão do pé do combatente, detonava uma carga de explosivos
suficiente para arrancar-lhe o pé e atingi-lo até o terço inferior da
perna, donde o batismo pitoresco que lhe deu a tropa brasileira:
quebra-canela." Um Herói nunca
morre! Simples História de um Homem
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Imagem congelada retirada de filme do You
Tube sobre a ação da FEB na Itália
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ação da FEB na
Itália
Primeiras vitórias do Destacamento
FEB
0 Destacamento FEB substituíra tropas americanas
dispostas em larguíssima frente. E os contatos que esses nossos aliados
vinham realizando cifravam-se às ações de patrulhas, em sondagens
profundas. 0 dispositivo inicial dos brasileiros, adotado na noite de 15,
quando se deu a substituição de elementos correspondentes americanos
estava, portanto, a exigir reajustamentos destinados a evitar infiltração
através dos elementos do Batalhão do Major Grous 1 (1/6º RI). Durante a
noite de 15/16 de setembro, patrulhas brasileiras foram impulsionadas até
às imediações da transversal de Via Bertini-Ponte Vignole, sem
estabelecer, entretanto, contato com o antagonista. Em presença de tais
circunstâncias, o General Zenóbio obteve do General Crittenberger,
comandante do IV Corpo de Exército, autorização para modificar a sua
articulação inicial, com a entrada em linha de outro batalhão (11/6º RI)
e, em seguida, lançar-se ao encalço do inimigo em fuga. Com o alvorecer do
dia, quando as sombras se esbateram e a claridade inundou toda a paisagem,
tivemos uma impressão muito desfavorável com relação ao sucesso de nossas
armas. Olhando para cima, tínhamos, diante de nós, a Cota 702 e, à sua
direita, o nariz íngreme e o inimigo poderia, lá de cima, lançar até
pedras sobre nós. A vegetação era rala, aparentemente de
castanheiros, mas facilitava bem a progressão da tropa, escondendo-a das
vistas inimigas que não estivessem muito atentas. Às 8 horas, a Infantaria
partia para o ataque, contando um Pelotão (Ten. Carrão) com os mineiros
sob o comando direto do Ten. Vinhaes, e outro (Ten. Quadrado) com os
mineiros do Ten. Viveiros, enquanto eu me ligava ao Cap. Tavares. Este
tinha um hábito curioso de se dirigir aos seus comandados, desde os
oficiais até os soldados que partiam para o assalto, animando-os com a
chamada pelos nomes ou apelidos, ou lembrando um fato engraçado. De
mistura com os infantes, seguiam os nossos mineiros, como se fossem já
veteranos de muitas batalhas, distinguindo-se dos primeiros só pelo
castelo azul - símbolo da Engenharia - que traziam desenhado no flanco do
capacete de aço. Subimos, com o Cap. Tavares, para o segundo pavimento da
casa, de onde iríamos acompanhar as peripécias do ataque, através de um
janela voltada para o lado inimigo. Os homens, à proporção que penetravam
no arvoredo baixo, de cor marrom, desapareciam, como engolidos por magia
da natureza. Na Engenharia, não tínhamos, como já mencionamos, os
hand-talk, ou seja, rádios transmissores e receptores de campanha, de
alcance limitado que permitiam permanente contato verbal entre o Capitão e
seus Tenentes, possibilitando acompanhar as ligações através da
Infantaria. A todo momento esperava-se o início da fuzilaria inimiga, tão
logo percebesse a progressão da tropa assaltante. Porém, tudo era silêncio
e a guerra estava muito boa, por enquanto. De repente, no alto do morro
aparecem alguns alemães instalando uma metralhadora e, ato contínuo,
passaram a dar rajadas para baixo, sobre as encostas íngremes. A resposta
não se fez demorar. De todos os lados partiam tiros de todos os calibres,
uns intermitentes, outros em rajadas. Foram pedidos tiros de morteiros
sobre a metralhadora inimiga e as explosões eram visíveis à direita e à
esquerda. Um atirador de bazuca (lança-rojão) fazia prodígios de
habilidade e coragem: levantava-se, atirava sua carga sobre a metralhadora
e rolava alguns metros morro abaixo, como se tivesse sido baleado. Eis
que, de repente, municiada a arma, sobe morro acima , rastejando e,
novamente arroja seu tiro, que não atinge o alvo, protegido por uma
casamata. Com as rajadas continuadas, a tropa atacante ora se aproximava,
ora refluia, num movimento de fluxo e refluxo, como a brincadeira do gato
contra o rato. Os tiros de morteiros se aproximavam muito do alvo e a
tropa investe mais de perto. A certa altura, tivemos a impressão de que a
arma fora levada para outra posição, com o que a tropa subiu a distância
suficiente para galgar o alto do morro,quando emergiam cabeças de todos os
lados, como se estivessem brotando do chão. Aparentemente o impossível
acontecera: a cota 702, tão íngreme, estava nas mãos brasileiras! Quase
simultaneamente, duas fitas brancas, de sinalização de minas, desceram
morro abaixo, com tanta precisão, que parecia um exercício ensaiado. Eram
os engenheiros que assinalavam a sua presença no 1º
escalão."
Texto do site: http://www.brasil2gm.hpg.ig.com.br
Tropas
Brasileiras na região de Monte Castelo
Foto do site
http://www.brasil2gm.hpg.ig.com.br
Coluna
de Marcha em Monte Castelo
"Rasgando Papéis - Reminiscências"
Tropas da FEB no Monte Castelo, 1944/1945.
Itália.
Arquivo Diana Oliveira Maciel
"Quebra Canela"
Gen. Raul da Cruz Lima Jr., Bibliex, RJ
As Origens
Força Expedicionária
Brasileira
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