FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA |
Campos minados de
Montese
Foto escaneada do livro "Montese, Marco Glorioso de uma
Trajetória!
Cel. Adhemar Rivermar de Almeida
MANOEL FERREIRA DE MELO O Herói Anônimo de Montese |
E ELE NÃO
VOLTOU... Foi na
primavera de 1945 que o IV Corpo do 5º Exército Aliado dera
início ao ataque à Linha Defensiva Alemã, fortemente posicionada nos
Apeninos, protegendo o Vale do Rio Pó, na chamada linha Gengis Khan. Desse
ataque, iniciado em 14 de abril de 1945, participava o 11º Regimento de
Infantaria, tendo como principal objetivo conquistar a cidade de
Montese. Na linha de frente dessa atuação estavam dois Pelotões de
Infantaria: o do Ten Ary Rauen a leste e o meu, , a oeste, ambos da
2ª Companhia, comandada pelo Capitão Sidney
Teixeira Álvares. Antes de transpor a base de partida no Monte
Aurigula, pude aproveitar uma trilha aberta no campo de minas, em frente à
nossa posição, de onde, na antevéspera, haviam sido retiradas 82 minas
numa patrulha de combate que comandei. Vencido esse primeiro
obstáculo, aproveitando-se de uma ravina bastante íngreme e coberta de
vegetação, aproximamo-nos do objetivo: Montese. Galgou-se, com esforço, as
últimas elevações e, em seguida, partiu-se para o ataque às posições
alemães nas orlas da cidade. O combate desenvolveu-se a certa distância,
cerca de cento e cinqüenta metros. Nessa posição crítica, constatei a
falta de ligações com a retaguarda e os flancos do Pelotão. O telefone
pifara, por terem sido partidos seus cabos pelos arrebentamentos de
granadas inimigas. O rádio silenciara por causa do alimento das distâncias
e, em particular, das ondulações do terreno. Não tinha nem idéia como
prosseguia o pelotão do ten. Ary Rauen, que deveria estar atuando a minha
direita. Preocupado com essa falta de comunicação, destaquei o soldado
mensageiro Mello (Soldado Manoel Ferreira de Mello), com mensagem ao meu
Comandante de Companhia, dando ciência de nossa posição e situação. Poucos
dias após, o pelotão deixou Montese, conquistada com êxito no dia 15, para
então, dar cumprimento a outras missões, transpondo, de passagem, o Posto
Avançado em Biccochi, cota 930, que ocupou antes do ataque. nessa ocasião
incorpora-se ao Pelotão o Soldado Melo, que o faz cabisbaixo, algo
envergonhado. Justificou-se em princípio, o constrangimento do soldado.
Ele recebera uma difícil e perigosa incumbência de levar a mensagem ao
Comandante da Companhia. Cumpriu a missão mas não voltou... realmente a
situação reinante no campo de batalha era apavorante. A artilharia alemã
concentrara seus fogos para defender, a todo custo, Montese. Nos dia 14 e
15 e nos subseqüentes, a região de Montese recebera mais de 3 200 tiros de
artilharia inimiga, o que dá mais de 4 tiros por minuto. Em Montese e
regiões circunvizinhas, o 11º RI recebeu um dos mais violentos e
mortíferos bombardeios, só comparáveis aos recebidos pelos aliados em
Anzio e Cassino. Na área da FEB caíram mais tiros de artilharia que em
toda a frente do IV Corpo do Exercito, que integrávamos no âmbito do 5º
Exército. Em face de tais riscos, um soldado isolado, deslocando-se para o
"front" ficava a mercê não só dos bombardeios citados como das armas
automáticas dos inimigos. O Melo deve ter ficado amedrontado, mas não
desmoralizado... No decorrer da guerra não pude avaliar o que representou
o cumprimento da missão dada aquele soldado mensageiro. Se a mensagem não
tivesse chegado ao seu destino, possivelmente o 3º Pelotão, que foi o
primeiro a romper o dispositivo alemão e penetrar na cidade de Montese,
provavelmente sofreria perdas humanas pelo bombardeio de artilharia amiga
e, talvez, não conseguisse conquistar o seu objetivo. o soldado Melo foi,
sem sombra de dúvida, um dos artífices da conquista da referida cidade.
Passados 56 anos, desenvolvi ingentes esforços para localizá-lo mas não
consegui! O triste da história é que o Soldado Melo talvez tenha
amargurado grande parte de sua vida fazendo péssimo juízo de sua atuação
como combatente da FEB. A vontade do autor é reabilitá-lo no vínculo de
seus companheiros heróis e, assim, no encontro que ainda não ocorreu,
poder abraçá-lo e emocionado dizer: Dados enviados por Diana Oliveira Maciel |
Não sei
se o Cel. Iporan conseguiu encontrar seu antigo soldado mensageiro.
Procurei também e nada obtive a seu respeito, mas era necessária
essa homenagem ao salvador de seu pelotão. Se algum descendente do
Soldado Melo aportar nessas páginas, agradeceria o envio de dados e
fotos desse herói anônimo de Montese, para que possa aqui
devidamente destacá-lo. Maria
Auxiliadora Mota Gadelha Vieira
Informações de
Roberto Graciani:
Na relação
oficial dos integrantes da FEB, consta que o soldado Manoel Ferreira de
Melo (com um "L"), identidade militar nº 1G-306.518, embarcou para a
Itália em 23 de novembro de 1944 (4º Escalão), compondo o DP/FEB (Depósito
de Pessoal). Retornou ao Brasil em 17 de setembro de 1945, ainda como
integrante do mesmo depósito. Um Herói nunca
morre! Simples História de um Homem
Simples
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